• Carregando...

Na primeira vez que Moses Sumney tocou no Sofar Sounds, a sala verde era o quarto de alguém.

"Adorei!", disse Sumney, cantor, compositor e guitarrista de Los Angeles de 24 anos, que já se apresentou com roqueiros indie, incluindo Beck e David Longstreth do Dirty Projectors. "Acho que foi o meu show favorito, porque todo mundo estava sentado no chão como se estivesse em volta da fogueira".

Sumney é um dos muitos músicos que elogiam o conceito da Sofar Sounds, uma empresa de que existe há cinco anos e promove shows nas casas das pessoas.

Segundo Rafe Offer, um dos cofundadores da Sofar, a empresa já marca presença em 95 cidades em todo o mundo, adicionando uma nova localidade a cada mês, desde o Cairo até a Costa Rica.

Os proprietários cedem suas casas em troca do prestígio de ter artistas tocando ao lado da sua mesa de centro. Os convidados se inscrevem on-line e os ingressos são gratuitos. A programação completa, assim como o endereço, só é revelada no último minuto.

Para pagar os músicos, os organizadores passam o chapéu, ou fornecem um vídeo bem acabado da apresentação. A empresa está longe de ser rentável, mas tem atraído investidores anjos que acreditam que seu modelo simples e com uma crescente base de fãs pode se tornar a nova plataforma musical no futuro.

"Tudo é segredo, e você sempre tem boas surpresas", disse a participante regular Giovanna Matero, de 28 anos.

Em Nova York, Julie Gaines e David Lenovitz já receberam shows duas vezes em seu apartamento, que conta com uma vista deslumbrante para o rio Hudson.

"Eles chegam, criam a atmosfera, tocam música boa e então deixam a casa exatamente como a encontraram", disse Julie. E, acrescentou, "os porteiros do prédio acham que somos muito cool".

Christine Cook, diretora da Sofar New York, explicou as regras: nada de falar, enviar mensagens ou tirar selfies durante a música, embora as pessoas sejam incentivadas a promover o evento na mídia social durante os intervalos.

Em Nova York, há quatro shows por mês, em espaços que normalmente comportam 100 pessoas.

A doação sugerida é de US$15, "mas dizemos para pagarem o que acharam que a noite valeu, e se você for milionário, venha falar comigo depois", disse Cook.

O americano Offer, de 49 anos, ex-executivo de marketing da Disney e da Coca-Cola, disse que ele e seu sócio, Rocky Start, marketeiro britânico de 32 anos, consideravam o Sofar como um hobby no princípio. Mas hoje é um negócio com grande potencial de receita, como festivais com a marca Sofar.

Até agora, não há nenhum problema para atrair devotos. Julia Easterlin, cantora e compositora que se apresentou no Festival de Jazz de Estocolmo em outubro, já tocou em 10 shows da Sofar.

"O que me atrai é a comunidade", disse ela.

Ela estava em uma sala em Nova York em agosto, seu equipamento começou a dar problemas e não havia um técnico de som para ajudar. Ela pediu que a plateia fizesse a batida da música batendo palmas.

Juntos, terminaram a música felizes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]