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Drone de mapeamento no Canadá; críticos dos drones comerciais se preocupam com a vigilância doméstica | Stantec
Drone de mapeamento no Canadá; críticos dos drones comerciais se preocupam com a vigilância doméstica| Foto: Stantec

De forma talvez surpreendente, dada a sensibilidade da Europa à vigilância eletrônica —sem falar nas sérias preocupações com segurança—, as autoridades de aviação europeias parecem até o momento menos predispostas a impedir o desenvolvimento da indústria civil de drones do que os órgãos reguladores nos Estados Unidos.

Enquanto a União Europeia tenta estabelecer normas gerais, países do bloco estão individualmente buscando definir abordagens próprias para os drones, e em muitos casos até estimulando o seu desenvolvimento.

Essa é a razão pela qual quase mil veículos não tripulados estão atualmente autorizados a sobrevoar comercialmente uma dezena de países europeus. À frente estão o Reino Unido, a França e a Alemanha, que também destinaram financiamento para pesquisa e puseram instalações militares à disposição de empresas para voos de teste. Estima-se que um terço de todos esses novos sistemas de drones em desenvolvimento esteja sendo produzido na Europa por mais de 400 empresas de pequeno e médio porte. Mas as preocupações com a privacidade levam alguns a cobrarem limites rígidos para seu uso.

Com seus softwares e câmeras sofisticados, os drones vão mudar o mundo da vigilância, disse Jay Stanley, analista sênior de políticas na União Americana das Liberdades Civis (Aclu). A entidade quer evitar que órgãos do governo usem drones para "vigilância disseminada em massa e sem que haja nenhuma suspeita", disse ele.

Drones comerciais poderiam também se tornar a mais nova ferramenta para a coleta de dados do consumidor, alertou Parker Higgins, ativista da Fundação Fronteira Eletrônica, grupo de defesa de direitos digitais.

Legislativos de vários Estados norte-americanos estão elaborando leis para limitar o uso dos drones.

Mas experimentos com drones comerciais já ocorrem no Canadá. Em Edmonton, na província de Alberta, a Stantec, empresa de consultoria que usa fotografias aéreas em seu negócio de design e planejamento, comprou recentemente um drone fabricado pela senseFly. A Stantec está buscando certificação e licenciamento do governo canadense para o uso comercial do aparelho.

Curt Chapman, vice-presidente da empresa em Reno (Nevada), diz esperar que o uso do drone seja aprovado em breve para fotografias em baixa altitude, com autorizações específicas para cada projeto, em vez de receber uma licença geral.

A vantagem do drone, diz ele, é seu imediatismo. "Nós podemos pegá-lo, colocá-lo para voar e capturar condições locais, como inundações", afirmou. "Pode levar dias ou semanas para agendar o mesmo tipo de voo em um veículo tripulado."

Os clientes podem comprar um sistema inteiro, com o veículo aéreo, software e uma estação de controle, por menos de US$ 100 mil, sendo que sistemas menores custam de US$ 15 mil a US$ 50 mil, disse Jeff Lovin, vice-presidente sênior da Woolpert, empresas de mapeamento em Dayton (Ohio).

Em junho, a Trimble, empresa de Sunnyvale (Califórnia) que vende equipamentos de mapeamento, lançou um drone de 2,5 kg chamado UX5, disse Rob Miller, que supervisiona a linha do produto, a qual também inclui outro drone, o X100.

Os sistemas custam de US$ 30 mil a US$ 50 mil. Eles vêm sendo usados comercialmente fora dos Estados Unidos.

Gavin Schrock, editor-associado da revista de agrimensura "Professional Surveyor", diz que sua profissão estará entre as primeiras a adicionar os drones à sua lista de ferramentas. Sistemas aéreos são perfeitos para fazer uma avaliação de locais como minas a céu aberto, afirmou.

Tal tipo de sistema é mais seguro do que uma caminhada de inspeção ao redor do poço da mina, com as ferramentas tradicionais. "Odeio fazer isso", disse Schrock. "É perigoso."

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