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Milhões de crianças já leram trechos de ‘‘Galactic Hot Dogs’’ on-line | Simon & Schuster/
Milhões de crianças já leram trechos de ‘‘Galactic Hot Dogs’’ on-line| Foto: Simon & Schuster/

Quando era criança, Max Brallier não tinha metas realistas de carreira profissional. “Eu queria ser um Jedi”, ele contou.

Não deu certo. Mas o escritor de 31 anos encontrou uma maneira mais prática de dar vazão a seu fanatismo por “Star Wars”.

O resultado é “Galactic Hot Dogs”, seu livro recém-lançado sobre um menino que enfrenta vermes mutantes gigantes e piratas espaciais zumbis, contando com a ajuda de seus companheiros: um robô, uma princesa rebelde e um ET.

Descrita por Brallier como “um ‘Star Wars’ mais bobo”, a história é inegavelmente tolinha. Mas a editora de Brallier a encara com muita seriedade.

O selo Aladdin, da editora Simon & Schuster Children’s Publishing, comprou “Galactic Hot Dogs” com um contrato lucrativo para três livros. Ela está produzindo 500 mil exemplares e começou a promover o livro mais de um ano atrás.

A editora tem razões fortes para encarar “Galactic Hot Dogs” com otimismo. O livro decolou no Funbrain.com, site popular de games para crianças no qual nasceram alguns dos maiores sucessos no setor dos livros infanto-juvenis.

A série “Diário de um banana”, de Jeff Kinney, começou como livro gratuito no Funbrain e hoje já tem mais de 150 milhões de exemplares impressos.

“Diário de uma garota nada popular”, uma série de Rachel Renée Russell para o público de 10 a 14 anos, viu suas vendas melhorarem com um jogo interativo no Poptropica, um site “irmão” do Funbrain, e já está com mais de 20 milhões de exemplares impressos.

Tudo indica que “Galactic Hot Dogs” já esteja seguindo trajetória semelhante. Mais de 6 milhões de crianças leram capítulos do livro no Funbrain. Mais de 1 milhão já jogaram um game baseado na história de “Galactic Hot Dogs” que foi lançado no Poptropica dois meses atrás.

Como muitos livros que vêm crescendo graças ao site, “Galactic Hot Dogs” atrai crianças de 8 a 12 anos, que gostam do protagonista Cosmoe, que está sempre por baixo, o humor pastelão e ilustrações tipo gibi.

“Já vimos este modelo funcionar outras vezes”, comentou Mara Anastas, vice-presidente e publisher dos selos Simon Pulse e Aladdin Books. “As bases já foram lançadas.”

Não existe garantia de que os leitores mirins ou seus pais encarem um livro impresso com o mesmo entusiasmo com que veem um produto on-line gratuito. A Simon & Schuster está fazendo uma aposta de risco: que uma parte considerável do público on-line procure o livro.

Nos últimos anos, livros de plataformas múltiplas, associados a jogos on-line, viraram ferramentas cruciais para editoras de livros infantis que buscam atrair os leitores jovens que migram para a leitura em aparelhos digitais e celulares.

De acordo com relatório divulgado em janeiro pela Digital Book World e a PlayCollective, 67% das crianças americanas na faixa dos 2 aos 13 anos leem livros eletrônicos.

Quem não tem familiaridade com o assunto poderia imaginar que o Funbrain e o Poptropica fossem pesadelos para uma editora –o tipo de atividade online que pais e professores receiam que esteja reduzindo o tempo que os filhos passam lendo.

Mas autores e editores descobriram que os sites frequentemente acabam conduzindo as crianças para os livros. A série multiplataformas “39 Clues”, da Scholastic, que envolve jogos e livros, começou em 2008 e já tem mais de 17 milhões de exemplares impressos de seus títulos.

Embora 6 milhões de leitores já tenham lido “Galactic Hot Dogs”, Brallier parece ansioso. Ele tem horror a dar palestras e está prestes a fazer sua primeira turnê de divulgação do livro. “Estou apavorado”, admite.

Depois de concluir a faculdade, Brallier encontrou um emprego com edição de livros na Penguin; em seguida foi para a St. Martin’s Press, onde trabalhou com marketing.

Essa experiência lhe deu plena consciência de como é incomum que milhões de dólares sejam investidos na promoção de um livro. “Quase nada é feito por muitos livros hoje em dia”, ele comentou. “É emocionante, mas também assustador.”

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