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As pessoas olham pela janela do escritório e veem a neve cair no centro da Filadélfia, na Pensilvânia | Michael R. Sisak/Associated Press
As pessoas olham pela janela do escritório e veem a neve cair no centro da Filadélfia, na Pensilvânia| Foto: Michael R. Sisak/Associated Press

No dia em que escrevi este texto, nevava em Boston. Não é surpresa. Tivemos quase dois metros de neve nesta estação. Este é um dos invernos com mais neve aqui, mas uma pesquisa sugere que também pode ser um dos mais produtivos.

Pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade da Carolina do Norte descobriram que quanto pior o tempo, mais as pessoas trabalham. Embora possam estar de mau humor, pelo menos não foram seduzidos pelo ar livre.

Eles analisaram o trabalho feito em um banco em Tóquio, onde o mau tempo vem normalmente no formato de chuva. As conclusões: “Quanto maior a quantidade de chuva, melhor o rendimento de uma tarefa”, contou ao Times Jooa Julia Lee, uma das pesquisadoras. O estudo calculou que o mau tempo gerou para o banco um benefício de US$937.000 graças ao aumento da produtividade ao longo de um ano.

Porém, Jooa disse que as conclusões parecem se aplicar mais às tarefas corriqueiras e que o tempo bom — com o bom humor que gera — pode ser mais propício para o trabalho criativo. Então talvez o sol estivesse brilhando quando um adolescente chamado Jake Zien se tornou um inventor.

Frustrado com uma falha nos filtros de linha padrão — um dos plugs elétricos muitas vezes bloqueia outros — ele bolou um design que permitiria que eles fossem ajustáveis. Alguns anos mais tarde, quando estava no último ano na faculdade, mandou seus esboços para uma empresa startup de Manhattan, a Quirky, que melhorou o design, fabricou o produto e o enviou para o mercado. Zien é listado como o inventor do filtro, o Pivot Power, e recebe uma pequena parte de cada um que é vendido. Até agora já ganhou US$700.000.

“A Quirky é o exemplo de que há um renascimento do pequeno inventor da era digital, e que esse processo não só é possível, mas já está acontecendo”, escreveu o Times. Ben Kaufman, fundador da empresa, chamou-a de “uma máquina da invenção moderna”.

Ela chamou a atenção de muitos investidores (US$ 185 milhões levantadas até agora, incluindo US$ 30 milhões da General Electric) e de inventores. A Quirky, que começou em 2009, tem um milhão de usuários cadastrado em 165 países. Ela levou mais de 400 produtos para o mercado e recebe cerca de quatro mil novas ideias por semana.

É uma quantidade imensa de trabalhos para ser avaliada, por isso o inverno de Nova York pode ter ajudado, mesmo não tendo sido tão terrível quanto o de Boston. Mas se o pessoal da Quirky precisar de outro motivo para se concentrar no trabalho, poderiam aproveitar uma lição de um grupo de agricultores na Índia.

Em um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Chicago e da Universidade de Toronto, dois grupos de agricultores receberam um prazo para criar uma conta bancária e juntar dinheiro, relatou o Times. Um grupo recebeu a tarefa em junho, com o prazo final em dezembro, e o outro começou em julho, com prazo até janeiro. Embora tivessem o mesmo período de tempo, o primeiro grupo abriu a conta mais cedo. Os pesquisadores concluíram que o prazo parecia mais urgente porque a data final era no mesmo ano.

Disseram que outro estudo obteve o mesmo resultado quando o prazo findava no mesmo mês em vez de no mês seguinte. Mais outra descoberta: marcar os dias no calendário fez o prazo parecer mais próximo, aumentando a chance de ser cumprido.

Moral da história: Se fizer sol, engane sua mente e faça seu trabalho. Depois saia e se divirta antes que o tempo vire.

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