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Modelos de alta tecnologia encerram poder e risco; luzes LED adaptadas a um sutiã criado com impressora 3D | Sam Hodgson/The New York Times
Modelos de alta tecnologia encerram poder e risco; luzes LED adaptadas a um sutiã criado com impressora 3D| Foto: Sam Hodgson/The New York Times

Billie Whitehouse, estilista de Sydney, Austrália, diz que a maioria das pessoas, com seus narizes enfiados nos smartphones, está perdendo um mundo emocionante e rumando para o desastre.

A recente exposição de Whitehouse no Brooklyn, em Nova York, chamada “Cloud Couture” [Alta-costura na nuvem], explorava como a tecnologia digital está sendo incorporada nas roupas.

A jaqueta Navigate, que ela criou, por exemplo, oferece um “feedback” tátil para um sistema de navegação: um dispositivo eletrônico na roupa dá um leve toque em um ombro ou no outro para conduzir a pessoa, de modo semelhante a um celular vibrando para anunciar uma ligação.

“É uma linguagem física para dirigir a pessoa, dizendo se ela deve virar à esquerda ou à direita”, disse Whitehouse, 27.

As instruções são transmitidas pelo Bluetooth do telefone da pessoa para o dispositivo eletrônico nos ombros. Não há vestígio dos equipamentos nas jaquetas. “A tecnologia usável deve ser invisível”, disse ela. “E você poderá ver as coisas ao redor com seus próprios olhos, em vez de olhar para o mundo através de uma tela.”

Mas a alta tecnologia e as roupas encerram poder e riscos. De brincadeira, uma estilista fez um sutiã em uma impressora 3D com luzes LED que mudam de cor dependendo de... bem, quem sabe do quê?

Debera Johnson, diretora-executiva do Acelerador de Moda e Design do Instituto Pratt, no Brooklyn, mencionou os vestidos “high-tech” com cascatas do que pareciam pérolas bordadas sobre um fundo semitransparente; toda a criação foi possibilitada por máquinas de corte a laser. “É alta-costura, mas é fácil de fabricar”, disse ela. “Você consegue um volume enorme de estilo por um preço muito menor.”

A tecnologia também trouxe a possibilidade de monitoramento. Uma camisa inteligente Hexoskin, por exemplo, registra a respiração, o ritmo cardíaco e outros sinais vitais da pessoa, que são comunicados por Bluetooth a um smartphone.

Toda peça de roupa tem potencial para ser uma membrana que colhe sinais de nossos corpos —pulso, respiração, temperatura, pressão sanguínea, feromônios— para enviá-los para servidores remotos conhecidos como “nuvem”. Um benefício dessa tecnologia poderia ser o monitoramento remoto de pessoas com problemas de saúde crônicos.

Mas as roupas também podem falar para as pessoas à nossa volta. Como estudante de graduação, Kristin Neidlinger estudou que ferramentas seriam úteis para pessoas com transtornos de processamento sensorial. No percurso, ela inventou um Suéter de Humor. “Ele lê seus níveis de excitação”, explicou. “Dois sensores localizados nas mãos leem a umidade e a traduzem para uma paleta de cores afetivas.”

A gola do suéter muda de cor conforme o humor. “É um rubor externo”, disse. “O seu corpo fala antes que você possa se filtrar.”

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