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Garth Brooks | Divulgação
Garth Brooks| Foto: Divulgação

Nos últimos anos, Garth Brooks, o mega-astro da música country dos anos 90, andou meio escondido, preferindo se dedicar à família e apenas se apresentando de vez em quando no cassino Wynn Las Vegas, com o qual fechou contrato em 2009.

Nos dias de glória, Brooks era um radical do gênero, revelando-se à vista de todos: era um tremendo brincalhão, exibicionista nato e profissional irrepreensível. Mais falastrão e mais ousado que os colegas, emprestou ao country um pouco do ar rarefeito do pop. Havia um estoicismo inegável em muitos astros do gênero de sua época, mas Brooks sempre levou a alegria e a gozação para as suas apresentações.

Agora o especial para a TV "Garth Brooks: Live From Las Vegas" e o lançamento de uma nova caixa de CDs colocam o cantor novamente em evidência. "Blame It All on My Roots: Five Decades of Influences", que aproveita a onda do espetáculo de Vegas, traz quatro CDs de covers divididos em "Country Classics", "Blue-Eyed Soul", "Classic Rock" e "Melting Pot".

A seleção da coletânea mais que eclética enfatiza não só o talento de Brooks como também sua versatilidade — que, embora nunca tenha sido unanimidade, é vibrante, versátil e diferente, qualidades que sempre deram fôlego à sua carreira.

Quem diria que sua versão estridente e energética de "Somebody to Love", do Queen, superaria, de longe, a leitura neutra da menos complicada "Life in the Fast Lane", dos Eagles? Ou que o maior destaque fosse "Blue-Eyed Soul", ritmo com que Brooks nunca teve muita afinidade? O detalhe que mais chama a atenção em "Blame It All on My Roots" é o fato de ser um projeto gigantesco e caprichado, semelhante aos de astros de outros tempos. O livreto, por exemplo, inclui o maior número de fotos de ação da história.

Esse é o lançamento mais importante de músicas inéditas na carreira do cantor desde 2001 e, portanto, crucial em seu catálogo. Importante, também, por outra razão: em seu conteúdo é possível distinguir as marcas da música country moderna e calar as reclamações e queixas de que o estilo começou a se assemelhar demais ao light rock brega.

Graças ao seu sucesso e às características mais abrangentes do country atual, Brooks se sente livre para se mostrar por inteiro nessa coletânea, cantando folk com suavidade, R&B com um toque de angústia e rock com paixão como um "showman" maluco — ou seja, um astro da música country em 2013. Considerando-se que o lançamento é um prelúdio ao seu retorno, ele mostra bem quem é que sempre ditou as regras do estilo.

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