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A Ocean Power Technologies está levando seus planos de gerar energia com ondas para a Austrália | Thomas Patterson /The New York Times
A Ocean Power Technologies está levando seus planos de gerar energia com ondas para a Austrália| Foto: Thomas Patterson /The New York Times

No porto de Portland, existe uma bóia de 236 toneladas métricas, cheia de tecnologia, que consegue transformar o movimento do oceano em eletricidade para abastecer 100 casas. Ela saiu de uma linha de montagem com grande alarde, há dois anos, e recebeu a primeira licença comercial para operar nos Estados Unidos.

Era para ser o início da continuidade de uma tentativa fracassada, na década de 1990, de aproveitar a energia do Oceano Pacífico, onde um dos primeiros geradores-bóias de teste rapidamente naufragou.

Mas desta vez, a bóia nem mesmo teve essa chance. Seu fabricante, a Ocean Power Technologies, abandonou o projeto no início deste ano sem jamais implantar a máquina.

Apesar de receber pelo menos US$8,7 milhões em bolsas federais e estaduais, a Ocean Power disse a agências reguladoras que não poderia cobrir os custos acima do previsto e, em vez disso, iria tentar um projeto similar na Austrália, apoiado por um compromisso de US$62 milhões do governo desse país.

O fechamento do projeto é o mais recente contratempo para o nascente setor da energia das ondas.

A energia da maré, que captura eletricidade de correntes que se movem em várias direções, diferente da tecnologia baseada em ondas das bóias da Ocean Power, está mais avançada, afirmou Paul Jacobson, chefe de energia oceânica do Instituto de Pesquisa de Energia Elétrica. Uma razão, segundo ele, é que a energia da maré é mais fácil de projetar e tem conseguido adaptar conhecimento da indústria convencional de energia hidroelétrica.

Mas a geração de eletricidade com ondas do oceano é mais complexa, e apenas alguns projetos estão planejados, apesar do vasto potencial – mesmo nas melhores regiões, como a Costa Oeste dos EUA e o Alasca. "O custo ainda é maior do que as alternativas, mesmo outras renováveis", explicou Jacobson. "A expectativa é que o custo vá diminuir, mas ainda não chegamos lá".

De fato, a energia das ondas tem pelo menos uma década até poder competir com combustíveis fósseis e outras fontes renováveis em grandes mercados, afirmou Bill Staby, da startup Resolute Marine Energy.

Ainda nos estágios iniciais de seu crescimento, o campo está repleto de tecnologias concorrentes, e ainda não apareceu o tipo de vencedor evidente que os investidores buscam. A bóia da Ocean Power no Oregon depende de tecnologia de primeira geração. O dispositivo absorve energia dos movimentos para cima e para baixo das ondas, embora dispositivos mais novos coletem energia também de seus outros movimentos.

Seguem algumas dúvidas sobre a Ocean Power, incluindo o destino da licença emitida pela Federal Energy Regulatory Commission e um cronograma para limpar o projeto abandonado. A empresa não respondeu a diversos pedidos de comentários.

O Oregon Wave Energy Trust, grupo sem fins lucrativos de financiamento estatal, gastou US$430 mil em dinheiro da loteria estadual ajudando a Ocean Power no processo de solicitar uma autorização. O diretor executivo do grupo, Jason Busch, declarou: "Imaginem se tivéssemos realmente colocado aquela coisa na água – como teria sido? Estávamos tão perto".

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