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John Elkann comanda a empresa de investimento de US$ 12 bilhões da família Agnelli há mais de uma década. Com seu mentor, Sergio Marchionne, à esquerda | MAX ROSSI/REUTERS
John Elkann comanda a empresa de investimento de US$ 12 bilhões da família Agnelli há mais de uma década. Com seu mentor, Sergio Marchionne, à esquerda| Foto: MAX ROSSI/REUTERS

Batalhas de aquisição são frequentemente dramáticas, travadas com a cabeça quente e egos inflados.

Porém, a longa disputa por uma companhia de seguros das Bermudas foi ganha por um negociador de 39 anos, John Elkann, cujo estilo calmo e persistente tem remodelado rapidamente o império da dinastia industrial mais conhecida da Itália.

Elkann, neto de Gianni Agnelli, criado na Grã-Bretanha, no Brasil e em Paris, administra a empresa de investimento da família Agnelli de US$12 bilhões, a Exor, há mais de uma década. Com a recente aquisição da seguradora PartnerRe por US$ 6,9 bilhões, ele fechou seu maior negócio até agora.

A aquisição é um passo ambicioso de Elkann, que pretende transformar a Exor em um conglomerado global. Ao mesmo tempo em que a empresa italiana passa adiante holdings como a empresa de serviços imobiliários Cushman & Wakefield, procura expandir sua participação no Economist Group, responsável pela revista The Economist, e transformar a Fiat-Chrysler em uma consolidadora dentro da indústria automotiva mundial.

“Nós realmente nos vemos como construtores de negócios”, Elkann disse em uma entrevista por telefone.

À medida que crescem as ambições da Exor, no entanto, mais obstáculos podem surgir, incluindo possíveis empresas a serem compradas — talvez até a própria General Motors — que não tenha intenção de venda.

A construção de um império pode não parecer um caminho natural para o tranquilo Elkann. Ele não persegue os holofotes tão vigorosamente como fez seu avô — que era conhecido por seus ternos personalizados e por, uma vez, bater uma Ferrari em um caminhão a 193 quilômetros por hora — e seu irmão, Lapo, empresário e socialite.

Elkann consolidou as holdings dos Agnellis em uma só, a Exor. E, mais importante, ajudou a supervisionar o renascimento da Fiat, que sua família ajudou a criar há mais de um século. Agora, com seu mentor, Sergio Marchionne, a Fiat cresceu, em parte graças à compra da Chrysler na reviravolta apoiada pelo governo da montadora americana.

A Exor entrou também em outros negócios. Há dois anos, concordou em vender sua participação na SGS, empresa suíça de certificação, por US$ 2,6 bilhões. Este ano, apoiou a venda de US$ 2 bilhões da Cushman & Wakefield para outra empresa imobiliária depois de ter ajudado a expandir seus negócios.

E a Exor ajuda a Fiat-Chrysler a lançar ações da Ferrari, mas, no processo, espera garantir a maioria das ações da fabricante de carros esportivo.

Para Elkann, o plano era reequilibrar o portfólio de negócios da Exor e torná-la mais global. Há uma década, a empresa de investimento fazia três quartos das suas vendas na Europa; hoje esse número é menor que um terço. Durante a aquisição da PartnerRe pela Exor, o grande destaque foram as negociações feitas por Elkann. Marchionne afirmou publicamente que ele pretende ser um consolidador.

Até agora, o parceiro mais natural para uma fusão, a General Motors, se recusa a aceitar a situação, apesar dos argumentos de Marchionne e Elkann. No entanto, Elkann disse que a Exor vai acabar buscando outras oportunidades de investimento para continuar crescendo.

“Se examinarmos os últimos 10 anos, nós na verdade simplificamos, tínhamos muitas holdings e hoje há apenas uma. Da próxima década em diante, nos dedicaremos à ampliação da Exor”, disse Elkann.

Colaborou Chad Bray

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