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Desde que o pequeno Kosovo se proclamou um estado independente, há cinco anos, ainda não conseguiu ganhar o reconhecimento que tanto almeja. Nem a ONU, que confere legitimidade, nem a União Europeia, cujos membros estão divididos quanto à questão – e muito menos a Sérvia, da qual Kosovo se separou – reconheceu o nascimento de uma nova nação europeia.

No entanto, depois de uma campanha empreendida por kosovares dedicados e aliados posicionados estrategicamente, Kosovo acaba de ser beneficiado com uma concessão de legitimidade de um novo árbitro de identidade nacional: o Facebook.

Kosovo declarou vitória em novembro, depois que suas autoridades declararam que o Facebook aprovou uma série de mudanças, inclusive dando aos usuários que vivem no território em forma de diamante, situado na Península Balcânica, a opção de se identificarem como cidadãos de Kosovo, ao invés da Sérvia, opção que certamente é menos atraente para muitos que vivem lá. Eles também podem usar a função do Facebook que permite que os usuários façam "check in" em lugares como um cinema ou um bar em Kosovo.

Não é como se Kosovo tivesse se juntado à OTAN. Mas em uma época em que acumular "curtidas" pode valer mais que um assento na Assembleia Geral – pelo menos para muitos jovens que são formadores de opinião on-line – as lideranças de Kosovo estão comemorando essa mudança.

"O Facebook chegou a 1,2 bilhão de usuários em oito anos, crescendo mais rápido que o islamismo, o cristianismo e a própria Internet", disse Petrit Selimi, de 34 de anos, vice-chanceler de Kosovo e líder de seu setor de diplomacia digital.

Selimi disse que a inclusão de Kosovo no Facebook era uma prioridade, juntamente com as metas ainda distantes de ter Kosovo em competições como o Festival Eurovision de música e a Liga dos Campeões europeia de futebol.

"Ser reconhecido em um campo de futebol e na Internet tem muito mais ressonância do que ser reconhecido em alguma sala escondida em Bruxelas", disse Selimi.

Kosovo declarou independência da Sérvia em 2008. Como o Facebook, seguindo o exemplo da ONU, inicialmente não listou Kosovo como um país, muitos dos que pertencem à maioria étnica albanesa do país optaram por se registrar como sendo de outro lugar. O primeiro-ministro Hashim Thaci disse ter se identificado como sendo da vizinha Albânia.

Kosovo é reconhecido pelos Estados Unidos e pela maioria dos membros da União Europeia. A Sérvia é veementemente contra o reconhecimento da independência de Kosovo, e a Rússia tem impedido a participação de Kosovo na ONU, sufocando o seu desenvolvimento. Para Gokhan Yucel, professor de diplomacia digital da Universidade Bahcesehir, em Istambul, o reconhecimento nas mídias sociais ajuda um novo país ou aspirante a nação a aumentar a sua visibilidade. Thaci concordou. "Ser listado pelo Facebook é como ser reconhecido por uma superpotência econômica mundial".

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