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Zheng He, o explorador eunuco da corte da Dinastia Ming, conduziu barcos repletos de porcelana para a África e a Península Arábica, e na volta trouxe girafas para a China e fundou fortes ao longo das rotas de navegação do Sudeste Asiático.

Uma dessas bases tropicais fica aqui em Malaca, agora uma modesta cidade de edifícios coloniais portugueses preservados, casas comerciais chinesas e templos hindus e budistas na costa oeste da Malásia.

No século XV, esse era o meio do caminho do trajeto entre a China e as terras ao longo da costa ocidental do Oceano Índico. Os marinheiros da frota de Zheng He construíram casas e armazéns no Estreito de Malaca.

Alguns habitantes da Malásia e da vizinha Cingapura, com significativas populações de etnia chinesa, querem garantir agora que o nome de Zheng He seja sinônimo de Malaca, assim como da China.

Pelo menos duas pousadas em Malaca levam seu nome, traduzido como Cheng Ho na Malásia. Uma grande réplica de um navio de junco chinês se ergue na antiga cidade.

Mas o item mais importante do renascimento de Zheng He é o Museu Cultural Cheng Ho.

O historiador chinês Zheng Yijun disse que Zheng He trouxe o estilo de vida dos chineses para a área. "Nessa época, as pessoas começaram a usar roupas de estilo chinês. Os chineses também se casaram com a população local", contou ele.

O Museu foi fundado no local de um antigo depósito do governo. Um relato de Ma Huan, tradutor que acompanhou Zheng He em três expedições, diz que uma parede interna protegia os armazéns, enquanto uma parede externa com quatro torres de vigia rodeava o complexo inteiro. Guardas com sinos faziam as patrulhas noturnas.

Ma Huan também escreveu, de acordo com uma tradução de J. V. G. Mills, que a cidade tinha "tigres que se transformam em homens; eles entram nos mercados e se mistura às pessoas; depois que são reconhecidos, são capturados e mortos".

O Museu foi oficialmente inaugurado em 2005, no 600« aniversário do início das sete viagens de Zheng He pelo Oceano Índico, que ocorreram entre 1405 a 1433.

Zheng He nasceu em uma proeminente família muçulmana no sudoeste da China e foi feito eunuco após ser capturado, aos 13 anos, pelo exército invasor da corte Ming. Zheng He serviu então a Zhu Di, que mais tarde se tornou o Imperador Yongle.

Alguns estudiosos dizem que as viagens foram expedições militares realizadas pelos soldados que representavam o expansionista Império Ming.

Para os chineses, a reputação de Zheng He está no seu papel de enviado pacífico que procurou construir relações diplomáticas com reinos longínquos. O fundador do museu, Tan Ta Sen, estudioso e empreendedor em Cingapura, disse que hoje "deve-se conquistar sua oposição em vez de encontrar soluções que agradem a todos, no espírito de Cheng Ho".

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