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Funcionários limpam o chão do observatório do One World Trade Center, inaugurado em 29 de maio pela Legends Hospitality | Michael Appleton/The New York Times
Funcionários limpam o chão do observatório do One World Trade Center, inaugurado em 29 de maio pela Legends Hospitality| Foto: Michael Appleton/The New York Times

Com uma encenação circense que faz jus à memória de P.T. Barnum, a empresa Legends Hospitality levantou a cortina de seu observatório de três andares, com ingressos a US$ 32 por cabeça, próximo ao topo do One World Trade Center.

Tudo no projeto do One World Observatory e na campanha de publicidade que levou a sua inauguração em 29 de maio foi previsto para aguçar a expectativa do público por uma viagem que poderia ser difícil —ou mesmo impossível— para algumas pessoas, seja pelo custo ou pelo trauma emocional que cerca o local dos atentados de 11 de Setembro.

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Antes da abertura, David W. Checketts, o presidente e executivo-chefe da Legends, ofereceu visitas à imprensa, incluindo uma sob forte neblina, que tornou impossível verificar o lema do observatório, “Ver para sempre”. Ainda assim, as janelas da nova torre oferecem panoramas muito mais amplos que os do antigo centro comercial. Um tablet interativo, alugado por US$ 15, facilita a orientação em qualquer clima, pois a tela mostra claramente qualquer parte da cidade que a pessoa esteja observando.

Quem tiver agorafobia deve estar prevenido sobre o “portal do céu” de quatro metros de diâmetro, que parece suspenso sobre as ruas abaixo. O piso de vidro do portal na verdade dá para duas dúzias de telas de alta definição que transmitem cenas ao vivo de câmeras montadas na base da torre do edifício. Mas a ilusão é tão convincente que causa nervosismo.

Não parece absurdo prever que os bancos de bar de frente para o rio Hudson, no 101° andar, poderão ser dos mais cobiçados de Nova York. Mas Steve Cuozzo, o crítico de restaurantes do “The New York Post”, queixou-se de que é impossível jantar ou beber lá sem pagar ingresso, porque a churrascaria de 60 lugares e o café e bar mais casual, com 100 lugares, ficam dentro do observatório.

A Legends não revela o custo do projeto. A Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, que escolheu a Legends para ser a operadora, espera receber cerca de US$ 875 milhões no prazo do contrato de 15 anos.

Checketts disse esperar uma frequência anual de 3 a 4 milhões de visitantes. Embora seu público principal sejam turistas, a Legends evidentemente prestou atenção nos sempre atentos e críticos nova-iorquinos. Os visitantes verão um panorama da história da Baixa Manhattan em sua viagem de elevador de 48 segundos até o observatório.

Esteticamente, o observatório é discreto, já que o espetáculo está do lado de fora. As paredes são de lambris de carvalho branco e os pisos de mármore preto, com enormes e úteis pontas de bússola incrustadas em cada canto.

O 102° andar, o mais restrito, poderá ser alugado para eventos. A principal área de observação do público fica no 100° piso. Os visitantes poderão ficar quanto tempo quiserem, disse Checketts. Mas é claro que não podem sair sem passar pela loja de presentes. O suvenir mais caro é um modelo em cristal do One World Trade Center que custa US$ 200.

Enquanto esperarem para embarcar em um dos cinco elevadores, os visitantes verão e ouvirão as vozes e os rostos dos que construíram o arranha-céu, inclusive de Steven Plate, diretor da construção do World Trade Center para a Autoridade Portuária. “Olhando para fora em um dia claro, você realmente pode ver a curvatura da Terra”, diz Plate, acrescentando com uma risada: “Fora isso, não há nada para ver”.

Na verdade, é preciso estar mais alto que 386 metros para discernir a curvatura da Terra. Mas, afinal, o One World Observatory tem a ver com espetáculo.

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