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Norman e Irma Braman, com “Blade Runner”, de Richard Serra | Casey Kelbaugh para The New York Times
Norman e Irma Braman, com “Blade Runner”, de Richard Serra| Foto: Casey Kelbaugh para The New York Times

Foi Norman Braman, o magnata das concessionárias, que pronunciou as palavras que dono de incorporadora sonha em ouvir: "Não importa o preço; vamos construir e ponto final".

Sentado ao lado da mulher, Irma, em casa, em Miami Beach, ele já definiu os planos de financiamento do projeto e a construção do mais novo museu da região do sul da Flórida, o Instituto de Arte Contemporânea de Miami – que pode mudar o cenário cultural de uma cidade que já possui quatro museus particulares de destaque, dois em construção e três públicos, todos com destaque para a arte atual.

A intenção é erguer o museu em um terreno em Miami Design District doado pelo promotor imobiliário e colecionador de arte Craig Robins e que ocupa quase 3.500 metros quadrados, além do jardim de esculturas adjacente, de mais 1.400 metros quadrados, espaço criado pela aquisição (e iminente demolição) de três casas por parte de Braman – e a inauguração está programada para coincidir com a feira Art Basel Miami Beach, em dezembro de 2016, com a promessa de um acervo significativo, emprestado de sua coleção pessoal.

O bilionário que, aliás, tem uma das compilações mais impressionantes do país, enfatizou que "nem um centavo do contribuinte irá para a construção, nem para a aquisição das propriedades para o jardim de esculturas, nem nada".

O casal explica que tem a palavra de outros investidores privados para garantir a primeira década de funcionamento do museu, cujas despesas operacionais anuais foram calculadas em torno de US$5 milhões. Em relação ao nome, "Vai ser ICA Miami, e não Braman ICA, nem nada parecido", alfineta Braman, referindo-se ao Pérez Art Museum Miami, uma parceria público-privada que levou à troca do nome do Museu de Arte de Miami para homenagear o incorporador Jorge M. Pérez e suas contribuições. A insistência dos Braman em pagar a conta é um contraste radical com a saúde fiscal fragilizada de vários museus locais.

Embora a frequência e a compra de assinaturas do Pérez tenham excedido as projeções iniciais, segundo a Prefeitura as doações não ultrapassam US$14 milhões, muito abaixo da previsão inicial de US$70 milhões. O museu funciona com mão de obra reduzida e uma coleção permanente considerada medíocre.

A falta de apoio financeiro levou à criação do Instituto de Arte Contemporânea, cuja diretoria administrava o Museu de Arte Contemporânea, que é da Prefeitura da região norte de Miami. Sem dúvida, o dinheiro continua a aquecer a economia da cidade, tão focada no desenvolvimento imobiliário, assim como continua a receber figuras de destaque do mundo da arte, incluindo o poderoso negociador de obras de arte de Nova York Larry Gagosian e a patrona das artes russa Maria Baibakova, sendo que ambos têm casa ali.

E embora os recém-chegados não percam tempo em posar para os fotógrafos da Art Basel, há membros do conselho que garantem que muitos hesitam na hora de preencher o cheque para os museus públicos. "Grande parte da fortuna que há em Miami é utilizada mais para autoengrandecimento que para o apoio cívico", comenta Lang Baumgarten, incorporador de Miami Beach e ex-membro do conselho do Museu de Arte de Miami que afirma ter doado US$400 mil e várias obras de arte antes da troca de nome. "Gostaria que aqueles que têm dinheiro de verdade se manifestassem".

Esperança sobe para as finanças da vida arte de uma cidadeAranguren & GallegosRepresentação do Instituto de Arte Contemporânea, cuja inauguração está programada para coincidir com a feira Art Basel Miami Beach de 2016

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