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Esq. para a dir.: Robin Wright, Amy Adams e Michelle Dockery | Paul Drinkwater/Reuters; Paul Buck/European Pressphoto Agency; Frederic J. Brown/Agence France-Press
Esq. para a dir.: Robin Wright, Amy Adams e Michelle Dockery| Foto: Paul Drinkwater/Reuters; Paul Buck/European Pressphoto Agency; Frederic J. Brown/Agence France-Press

Nesta temporada de premiações no cinema, vestidos com decotes reveladores andam roubando as atenções, possivelmente assinalando uma era nova em termos de estilo no tapete vermelho.

Na entrega dos prêmios Screen Actors Guild (do sindicato dos atores), no mês passado, Michelle Dockery, estrela de "Downton Abbey", usou um vestido J. Mendel que expôs boa parte do busto. Na entrega dos Globos de Ouro, mais de meia dúzia de atrizes (entre elas Amy Adams e Sandra Bullock) compareceram trajando vestidos decotados que pareciam desafiar o uso de sutiãs comuns.

É um novo ideal para decotes: não os seios do passado, muitas vezes artificialmente inflados, mas uma forma mais natural, que remete aos anos 1970. Quiçá cansadas de expor a parte de cima de seus seios, as atrizes começam a expor as laterais (uma estratégia às vezes arriscada).

Valerie Steele, diretora e curadora chefe do Museu do Instituto de Tecnologia da Moda, em Nova York, tomou nota da nova tendência. "O que tínhamos antes era uma sexualidade muito controlada e apresentada", disse, aludindo aos vestidos com corpete e os sutiãs realçadores que dominaram os tapetes vermelhos do passado. "O look mais novo é mais descontraído, mais natural."

"É muito Studio 54", foi o comentário da estilista Jeanne Yang. Ela disse que em sua coleção de primavera 2014 para a Holmes & Yang, grife que cria em colaboração com a atriz Katie Holmes, destacou uma silhueta em estilo frente única. "Ela pode fazer a pessoa parecer mais alta e magra. E é sexy de uma maneira estranha, sem que ressalte seios fartos."

A stylist Mary Alice Stephenson atribuiu o início da tendência a cantoras como Rihanna, que foi à entrega dos Grammy em 2012 usando Armani, e Jennifer Lopez, que chamou a atenção em um vestido Zuhair Murad na festa pós-Oscar da "Vanity Fair" em 2012.

Stephenson também citou estilistas como Peter Dundas, diretor artístico da Emilio Pucci, e Carly Cushnie e Michelle Ochs, da grife nova-iorquina Cushnie and Ochs, dizendo que eles procuram "reinventar o glamour" com elementos como recortes e decotes profundos. "A moda está fazendo avançar os limites do que é aceitável", explicou a stylist. "O que se procura não é tanto ser feminina com suavidade, mas ser poderosa."

Johnny Talbot, estilista da Talbot Runhof, acha que as celebridades andam disputando a atenção do público com looks cada vez mais escandalosos. "O que está em alta é a exposição", comentou. "E parte disso é exposição de pele."

Também alguns cirurgiões plásticos dizem que vêm notando uma mudança na atitude de suas clientes em relação aos seios. "As pessoas não pedem mais um visual Barbie" disse o cirurgião Oren Tepper, da Faculdade Albert Einstein de Medicina do Centro Médico Montefiore, no Bronx.

O cirurgião Chia Chi Kao, de Santa Monica, Califórnia, comentou: "As pessoas procuram algo que pareça mais natural e que seja mais adequado à sua estrutura corporal". Segundo ele, as revisões —a remoção de implantes muito grandes para dar lugar a implantes menores, seguidos de uma cirurgião de levantamento dos seios— hoje respondem por 80% das cirurgias de mama que ele realiza. "As mulheres estão mais sofisticadas e mais profissionais. Elas não querem ficar mal-arrumadas quando usam blazer."

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