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A cantora Lorde ganhou fama após postar sua canção ‘Royals’ no SoundCloud, o pequeno selvagem no reino da música digital | Theo Wargo/Getty Images
A cantora Lorde ganhou fama após postar sua canção ‘Royals’ no SoundCloud, o pequeno selvagem no reino da música digital| Foto: Theo Wargo/Getty Images

O SoundCloud era o pequeno selvagem onipresente do reino da música digital. Sem pagar royalties a artistas ou empresas fonográficas, ele deixa as pessoas ouvirem qualquer tipo de áudio e é adotado por músicos que partilham seus trabalhos mais recentes com os fãs.

Lorde, a estrela pop adolescente da Nova Zelândia, ganhou fama após postar sua canção "Royals" no SoundCloud.

Embora atue em um mercado saturado e com concorrentes de peso como o iTunes e o Pandora, o SoundCloud, que existe há seis anos, conseguiu enorme projeção com seu catálogo de conteúdo incomum e, com frequência, exclusivo.

Segundo a empresa, cerca de 175 milhões de pessoas por mês ouvem música em sua plataforma — uma audiência quatro vezes maior do que a do Spotify.

"Temos ouvintes em todos os países do mundo e até no espaço sideral", disse Alex Ljung, o diretor-executivo da SoundCloud, referindo-se às gravações da Estação Espacial Internacional postadas por um astronauta canadense.

Agora, o SoundCloud resolveu que é hora de crescer. Conforme um novo acordo de licenciamento com empresas de entretenimento, passou a incorporar publicidade e a pagar royalties a artistas e selos fonográficos. O próximo passo é criar um sistema de assinaturas pagas para que os ouvintes possam escapar dos anúncios publicitários, a exemplo do Spotify e outros serviços licenciados.

Sob muitos aspectos, essas mudanças são uma reação à pressão da indústria para que a empresa veicule conteúdo autorizado e gere renda. Elas também refletem a relação complexa do SoundCloud com os selos fonográficos, que usam o serviço para divulgar seus lançamentos e descobrir novos talentos, mas se irritam por não ganhar dinheiro com os milhões de ouvintes do SoundCloud.

Nas negociações de licenciamento, grandes selos fonográficos e alguns independentes estão querendo ter participação acionária no SoundCloud; em troca, os selos concordariam em não processar a empresa por violações passadas de direitos autorais, segundo várias pessoas envolvidas nas conversações.

O SoundCloud foi fundado em Berlim por dois engenheiros suecos, Ljung, 32, e Eric Wahlforss, 34, e angariou mais de US$ 100 milhões de financiamento com capitalistas de risco.

Ao entrar para valer no mercado formal, o serviço corre o risco de perder sua aura independente e seu prestígio entre os artistas.

Em junho, o famoso DJ americano Kaskade gerou um debate acalorado ao dizer que dezenas de suas faixas no SoundCloud haviam sido bloqueadas devido a alegações de selos fonográficos de supostas violações de direitos autorais.

Ljung espera que o histórico da empresa, sempre focado em artistas, ajude.

"As pessoas sabem que o SoundCloud é principalmente uma plataforma para criadores", argumentou ele. "E entenderão que ouvir um anúncio publicitário significa que um criador está ganhando o dinheiro a que tem direito."

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