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A tecnologia avança sem parar, acompanhada pelo fluxo diário de notícias sobre como ela está transformando nossas vidas de maneiras boas e não tão boas.

As maneiras boas são evidentes para todos, sendo geralmente alardeadas por um executivo do Vale do Silício postado diante de uma telona de vídeo. As não tão boas às vezes voam por baixo do radar, figurativa e literalmente falando.

Quem poderia ter previsto que o Festival de Abóboras de Keene pudesse acabar?

Keene é uma pequena cidade de New Hampshire, com 23 mil habitantes, árvores coloridas e muitas abóboras. Todos os anos no outono, há mais de duas décadas, seu festival atraía dezenas de milhares de visitantes à cidade. Mas isso parece ter acabado.

A farra que marca o fim de semana do festival ficou excessiva e descontrolada, e no ano passado policiais da tropa de choque enfrentaram jovens que estavam provocando incêndios e atirando pedras e garrafas, entre outros comportamentos destrutivos.

Para a Câmara Municipal de Keene, as coisas passaram dos limites. Recentemente ela decidiu não autorizar o festival este ano.

Algumas pessoas dizem que a culpa pelo que aconteceu é em parte das redes sociais, tanto por terem atraído as turbas quanto por tornar impossível ignorar os desmandos. E os problemas não se limitam a Keene.

Panama City Beach, na Flórida, um destino muito procurado por universitários na “semana de saco cheio”, procura maneiras de acalmar os ânimos depois de um tiroteio e um estupro coletivo na praia gravado em vídeo.

Um funcionário da prefeitura de Panama City disse que a situação da cidade vem piorando nos últimos anos, apesar de ela ter parado de se promover como destino para universitários em seu recesso da primavera.

Segundo ele, os bares e os estudantes estão fazendo a publicidade eles próprios, online. “Quando eles entram nesses diferentes sites de mídia social, podem reunir 300 ou 500 pessoas em uma hora”, ele disse ao “New York Times”.

A polícia acompanha os mesmos sites; em Keene, ela estudou vídeos do YouTube e outras fontes para identificar os responsáveis por criar desordem.

Mesmo depois de efetuar prisões, porém, as autoridades ainda podem se descobrir atrasadas em matéria de tecnologia. Agora elas precisam se preocupar com drones que entregam objetos contrabandeados a detentos.

O “NYT” informou que tentativas de entrega irregular desse tipo foram realizadas desde 2013 nos EUA, Reino Unido, Irlanda, Austrália e Canadá. Depois de um drone ter caído em um prisão de Bishopville, Carolina do Sul, policiais acharam um pacote com tabaco, maconha e um celular.

“Era um sistema de entrega”, disse Bryan P. Stirling, do Departamento Correcional da Carolina do Sul. “Estavam enviando quantidades pequenas em viagens repetidas. Colocavam a encomenda no drone, mandavam-no para a prisão, alguém lá dentro o pegava de alguma maneira, então mandava de volta, e depois o drone levava mais coisas.”

A diretora do presídio de Bishopville, Cecilia Reynolds, disse que 17 telefones foram encontrados na cela de um detento. Os telefones são um problema especial, em parte porque podem ser usados para falar com outros presos.

Em fevereiro, depois de uma rebelião no presídio, detentos ligaram para uma TV com seus próprios celulares, enviando fotos da destruição que tinham cometido e de outros detentos que disseram estar mantendo como reféns.

“Precisamos fazer alguma coisa”, disse Reynolds. “Esses celulares estão acabando conosco.”

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