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 | Julie Bender
| Foto: Julie Bender

Onze anos depois de ter perdido a perna em um acidente de moto, Mike Johnston se viu sobre um cavalo, pastoreando o gado no Wyoming com outros integrantes da reserva e na ativa das Forças Armadas norte-americanas.

Aos 31 anos, ele era suboficial da Marinha quando deu baixa, em 2010; hoje faz parte do Programa Jinx McCain, iniciado em 2011 pelo Fundo de Fuzileiros Feridos, que oferece assistência financeira e apoio vitalício a militares doentes e/ou feridos depois do onze de setembro. A experiência foi, no mínimo, um desafio para Mike, que tinha pouca experiência com equinos, mas garante ter se sentido tranquilo, feliz até.

"Estar num ambiente como esse faz a gente pensar em muita coisa", despista ele.

O Semper Fi, criado em 2004 pelos cônjuges dos oficiais, oferece programas semelhantes em outros esportes, incluindo corrida, ciclismo, natação e esqui, mas a aposta nos cavalos é de interesse pessoal de Karen Guenther, fundadora e CEO do Semper.

Enfermeira civil, ela é casada com Glenn, coronel da Marinha aposentado. E afirma que os animais não têm o poder de julgar ninguém, o que torna o exercício verdadeiramente terapêutico. "Eles oferecem um amor incondicional que ajuda a curar qualquer coisa."

O coronel John Mayer, fuzileiro que cumpriu duas missões no Iraque e administra o programa, diz: "Eles criam um laço com o animal sem precisar fazer nenhum esforço para se tornarem melhores do que são".

Dez militares participaram do primeiro evento, em junho de 2011, Virgínia. O programa foi um sucesso e ganhou mais eventos, sendo que o mais recente foi a reunião, em outubro, na Academia da Força Aérea de Colorado Springs. Joe Qualls, um ex-sargento do Exército de 34 anos que mora em San Diego, luta contra o transtorno do estresse pós-traumático e a depressão desde que encerrou sua missão no Iraque, em 2005. Resolveu participar porque, como Mike, já tinha montado quando garoto e parecia ser um bom desafio. "O legal do cavalo é que ele te força a encarar as coisas", diz ele.

Designado para montar um cavalo preto e branco chamado Splash, Joe logo descobriu que o garanhão se afastava quando tentava montar porque tinha um gênio difícil. Com paciência, aprendeu a lidar com o animal, que se tornou muito mais receptivo.

"Era teimoso feito, mas foi perfeito para mim. Ele testou os meus limites", concluiu no final.

Durante o evento, Joe, assim como Mike, no Wyoming, começou a conversar com os outros participantes sobre suas experiências militares, boas e más. E comentou: "Na última noite todo mundo estava dividindo histórias das dificuldades". Mike também reforça: "O papo em volta da fogueira foi sobre a nossa experiência militar. Praticamente só falamos sobre isso". Os participantes podem falar muito – ou pouco – sobre o tempo que passaram em ação, mas como o coronel Mayer observou, "nada como uma boa fogueira para fazer a rapaziada falar".

Mike garante que gostou da experiência, embora tenha ficado tão frustrado com as tentativas de montar com a prótese na perna que acabou a amarrando à sela enquanto ajudava a pastorear o gado. "Damos apoio às famílias pelo tempo que for necessário. Os danos sofridos são complicados. Não é coisa de uma semana ou duas, mas sim de anos".

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