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Se você gosta das ferramentas de mapeamento high-tech que mudaram nossa visão do mundo, aguarde para ver o que elas fizeram por Marte. Um novo mapa geológico global do planeta vermelho foi criado por cientistas da Sociedade Geológica dos EUA, relatou o Times. Um mapa anterior do planeta foi concluído em 1987, mas desde então um volume significativo de dados foi coletado e, organizado, os pesquisadores poderão estudar a paisagem como um todo.

Além de ser um instantâneo do presente, o mapa também destaca a presença de rochas datadas de bilhões de anos, que poderão dar indícios a cientistas que procuram sinais de vida.

"Foi nesse período que houve mais água por toda parte, o que é um dos aspectos-chave da origem da vida", disse David Beaty, do Laboratório de Propulsão a Jato na Califórnia, ao Times.

Para criar o mapa, cientistas usaram fotografias enviadas por satélites em órbita e tecnologia como um altímetro a laser. Esse dispositivo poderá disparar até 600 milhões de feixes de laser na superfície do planeta para medir picos e vales. Isso representa um enorme avanço em relação aos esforços manuais empregados nos mapas de 1987.

De volta ao nosso planeta, a tecnologia continua mudando nossa maneira de olhar o entorno e nos permite até visualizar um lugar em 3D sem pôr os pés por lá. Talvez o esforço mais abrangente nesse sentido seja o Google Street View, que está mapeando gradualmente cada nicho e fresta ao redor do mundo. Seu acréscimo mais recente é a Liberty Island, onde fica a Estátua da Liberdade.

Cartógrafos do Google visitaram a ilha e a vizinha Ellis Island neste verão usando um Google Trekker portátil para captar vistas de 360 graus. Embora a captação de terrenos feita pelo Google Maps fique em grande parte a cargo de veículos que percorrem as ruas, neste caso, o dispositivo —vestível— permitiu que as imagens fossem gravadas a pé. Como os equipamentos da Nasa que estudam Marte, o Trekker também usa laser para medir as distâncias até os objetos.

As imagens agora serão processadas, e os rostos das pessoas que aparecerem nelas serão borrados antes da exposição on-line. Esse processo deverá durar meses até ser concluído e, na sequência, a Estátua da Liberdade se reunirá à Torre Eiffel e ao Grand Canyon entre os marcos mundiais apresentados no Google Maps.

Tanta tecnologia tira um pouco a sensação de aventura para certas pessoas, as quais preferem o ato físico de desdobrar e estudar um mapa impresso para planejar seus itinerários. Conforme escreveu o repórter do Times Steven Kurutz, um resultado dessa abordagem é "descobrir coisas inesperadas —que, como sabe qualquer pessoa com uma edição de ‘On the Road’, é o próprio oxigênio que anima uma viagem por estrada".

Essa filosofia causa consternação na mulher de Kurutz. Em uma visita a Roma sem a ajuda de um satélite, por exemplo, o casal se deparou "com um labirinto enlouquecedor de ruas de mão única com traçado arbitrário".

Todavia, escreveu ele, orientar-se por meio de um mapa "produz um envolvimento ativo com seu entorno". Como isso obriga a pessoa a observar melhor e a prestar mais atenção, a viagem torna-se mais marcante.

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