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Lagos – No sul da Nigéria, país rico em petróleo, trabalhadores estrangeiros são conhecidos como "ouro branco" entre as gangues que seqüestram os funcionários das empresas, em troca de resgate. O país vm sendo dominado por uma epidemia de seqüestros. Só neste ano, foram mais de 150 estrangeiros seqüestrados - mais que o dobro dos casos registrados no ano passado.

Os reflexos estão na economia. Os seqüestros já contribuíram para uma queda de 25% na produção de petróleo, elevando os preços da matéria-prima no mundo inteiro, sem um final à vista para a epidemia dos seqüestros na Nigéria.

Segundo os bandidos das gangues e executivos da indústria petrolífera, são os resgates que alimentam o surto. Eles acusam ainda as autoridades responsáveis por intermediar as negociações de resgate de se apropriarem dos recursos.

Um trabalhador da indústria petrolífera, sequestrado no país, conta que, nas negociações de seu resgate entre os captores e oficiais do governo, os seqüestradores insistiram que eles haviam pedido mais que o dobro da soma oferecida. Os oficiais, por sua vez, argumentavam que o cofre onde estava o dinheiro havia sido roubado. Ele ficou no cativeiro durante todo o tempo que os oficiais levaram para buscar o dinheiro.

Tudo isso, complica ainda mais a situação na região. Executivos das empresas se recusam a discutir resgates com medo de contrariar poderosos interesses locais ou virarem os alvos. Ex-reféns temem represálias de ex-captores, ou a perda do emprego, se falarem com jornalistas.

Até mesmo os membros das gangues têm medo de falar

A Nigéria só perde para o Iraque no ranking dos países com maior risco de seqüestro para trabalhadores estrangeiros, de acordo com estudo da empresa ASI Global Response. "Pobreza, corrupção e falta de leis estão entre as causas do problema neste país onde qualquer pessoa em uma condição um pouco melhor torna-se potencial vítima dos seqüestradores", afirma o advogado de direitos humanos Dimieari von Kemedi, que trabalha no Delta.

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