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A recompensa de US$ 25 milhões pela cabeça de Abu Musab al-Zarqawi pode não ser paga. Em entrevista à Fox News nesta sexta-feira, o porta-voz das Forças Armadas dos EUA em Bagdá, major general William Caldwell, afirmou que o líder terrorista não foi localizado em decorrência de uma pista isolada.

A ofensiva militar que matou Zarqawi na quarta-feira parece ser semelhante à captura de Saddam Hussein, quando não houve pagamento de recompensa, já que a localização do ex-presidente iraquiano deveu-se a uma meticulosa operação de inteligência, e não a uma pista específica.

Além disso, funcionários do governo americano ou de outros países cujos trabalhos incluam a obrigação de fornecer pistas não podem receber o prêmio.

Os Estados Unidos admitem que é improvável que uma pessoa muito próxima aos fugitivos procure a recompensa.

- Não temos a ilusão de que seguidores ideologicamente motivados vão querer a recompensa, mas talvez um motorista, um cozinheiro ou o entregador do supermercado achem que o benefício financeiro supera o risco potencial - disse uma autoridade, que não podia se identificar para falar abertamente sobre o programa.

Mesmo assim, o programa que oferece dinheiro em troca de capturas continua sendo um instrumento crucial para os Estados Unidos localizarem seus inimigos na guerra contra o terrorismo, afirmaram autoridades do país.

O programa "Recompensas por Justiça", administrado pelo Departamento de Estado, é um dos vários métodos usados pelos EUA para caçar militantes fugitivos, e as autoridades admitem que o dinheiro não compra pessoas motivadas pela ideologia.

Mas os Estados Unidos já pagaram mais de US$ 60 milhões nos últimos anos como recompensa por pistas, sendo que metade desse valor foi entregue a informantes que levaram à morte dos filhos de Saddam Hussein, Uday e Qusay.

Mesmo quando não conseguem atrair informantes, as recompensas ajudam a destacar o perfil dos terroristas procurados, além de plantar suspeitas dentro de suas organizações, obrigando-os a tomar precauções extras.

- Ter de ficar o tempo todo olhando para os lados é um problema, mesmo que não haja ninguém lá - afirmou Anthony Cordesman, do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, com sede em Washington.

Zarqawi, líder das operações da Al-Qaeda no Iraque, morreu na quarta-feira numa operação conjunta de forças iraquianas e americanas, que contou com a colaboração de informações obtidas pela inteligência iraquiana e jordaniana.

Ele é considerado o responsável pela decapitação de reféns e por alguns dos ataques mais sangrentos no Iraque. A recompensa pela captura de Zarqawi era a maior oferecida pelos EUA, junto com a do chefe global da Al-Qaeda, Osama bin Laden.

O líder do Talibã, mulá Mohammad Omar, e um suspeito dos ataques a bomba em Bali em 2002 chamado Dulmatin ocupam o segundo lugar, com uma recompensa fixada em US$ 10 milhões.

Os Estados Unidos fazem propaganda de seu programa de recompensas com cartazes em cidadezinhas afastadas, anúncios de rádio e distribuição de caixas de fósforo com fotos dos fugitivos em países como Iraque, Paquistão e Indonésia. O programa também tem uma página na internet ( http://www.rewardsforjustice.net).

"Todas as respostas são estritamente confidenciais", afirma a página. "Os indivíduos que fornecerem informações podem receber recompensas, proteção de suas identidades e realocação, junto com suas famílias", acrescenta.

Programas desse tipo vêm sendo usados com sucesso há décadas para capturar militantes, como quando os britânicos combateram os comunistas sino-malaios nos anos 50, disse Bruce Hoffman, da Rand Corp.

- Com expectativas realistas e usados como uma opção entre uma ampla gama, eles são bastante eficazes - disse ele.

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