Após se aposentar do jornalismo, I.F. Stone passou mais de dez anos trabalhando em O Julgamento de Sócrates (Companhia das Letras), o único de seus 10 livros publicado no Brasil. Com mais de 70 anos de idade, aprendeu grego arcaico para ler trabalhos que não haviam sido traduzidos para o inglês. No livro, embora não defenda o veredicto de Atenas contra Sócrates obrigado a beber cicuta por corromper a juventude com suas ideias , Stone questiona se o filósofo não era realmente uma ameaça antidemocrática ao governo e se não forçou a própria condenação.
No jornalismo, I.F. Stone foi um iconoclasta. Uma de suas reportagens mais famosas foi a descoberta de que o primeiro teste atômico subterrâneo realizado pela Comissão de Energia Atômica dos EUA foi detectado a mais de 4 mil quilômetros de distância, e não a 300 quilômetros, como afirmava o governo americano. À época, Washington se negava a assinar um tratado conjunto com a União Soviética para banir testes nucleares.
Seu jornal I.F. Stones Weekly tinha como assinantes Bertrand Russel, Sartre e Einstein, além fazer parte das publicações regularmente resumidas para o presidente dos EUA. (BB)



