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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, faltou pela segunda vez a uma reunião de gabinete, aparentemente incomodado por uma recente nomeação feita pelo líder supremo do país. Há um distanciamento crescente entre Ahmadinejad e o aiatolá Ali Khamenei, que tem a última palavra em todos os assuntos do governo.

O confronto começou quando Ahmadinejad destituiu o ministro de Inteligência, Heidar Moslehi, que na semana passada recebeu a ordem do presidente para deixar o posto. O funcionário foi reconduzido imediatamente ao cargo por Khamenei, em um vexame público para o presidente.

No sábado, Khamenei advertiu, em discurso transmitido pela TV estatal, que intervirá em assuntos do governo quando for necessário, em mais um revés para a autoridade de Ahmadinejad.

O líder supremo ordenou que Moslehi permaneça no gabinete, mas pelo que se sabe o presidente não apoiou essa ordem e tampouco convidou oficialmente Moslehi para uma sessão neste domingo. Surpreendentemente, Moslehi se apresentou e Ahmadinejad, não. Os meios de comunicação iranianos informaram que o ministro participou da sessão de gabinete hoje, sem a presença do presidente.

A divergência entre as lideranças poderia desestabilizar internamente o Irã. O país está em constante conflito com as potências do Ocidente e já sofreu quatro rodadas de sanções no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) por seu controverso programa nuclear. As diferenças também poderiam ameaçar os dois anos que restam de presidência para Ahmadinejad.

Aparentemente, Ahmadinejad gostaria de colocar alguém de sua confiança para sucedê-lo na presidência, segundo analistas. Mas para isso precisa controlar o Ministério de Inteligência, para influir no novo Parlamento e também no nome do futuro presidente apontam os especialistas.

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