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O "jeitinho" dos que lutam pela reforma

Há propostas para se alterar o sistema eleitoral norte-americano, fazendo com que o vencedor na eleição popular seja necessariamente o candidato eleito. Porém, os que desejam mudanças esbarram na dificuldade para se emendar a Constituição, que é do fim do século 18 e raramente sofre alterações.

Agora, os partidários da reforma buscam um atalho: aprovar a mudança estado por estado. Até agora Havaí, Illinois, New Jersey e Maryland aprovaram a medida. Eles respondem por 50 votos, ou 19% dos 270 necessários.

Enquanto a mudança não chega, os candidatos fazem esforços extras para conquistar a vitória nos estados-pêndulo, sendo Ohio, o mais significativo deles. Nas últimas décadas, ninguém chegou à Casa Branca sem vencer em Ohio.

Agência Estado, de São Paulo

Considerado confuso por muitos e condenado por alguns especialistas, o sistema de eleições por meio do Colégio Eleitoral dos Estados Unidos será posto à prova novamente neste ano. O candidato do Partido Democrata, Barack Obama, e seu rival John McCain, do Partido Republicano, lutam para chegar ao "número mágico" de 270 delegados no Colégio, que garante a presidência.

A eleição não é direta entre os norte-americanos. Para vencer, é preciso que o candidato tenha a maioria entre os 538 membros do Colégio Eleitoral. A divisão dos delegados é feita proporcionalmente à população dos estados – um estado populoso como a Califórnia tem 55 delegados, enquanto estados com pouca população como Vermont e Delaware têm apenas 3.

Uma importante regra é que na maioria dos estados o vencedor no voto popular leva todos os votos correspondentes àquele estado. Isso significa que, se um candidato vence com 50,1% ou com 99% dos votos, ele terá os mesmos 100% dos delegados. As únicas exceções nessa fórmula são Maine e Nebraska, onde os delegados são distribuídos proporcionalmente ao voto popular.

Em alguns estados, há clara vantagem para uma das duas principais forças políticas norte-americanas: o Partido Republicano ou o Partido Democrata. Mas em outros – os chamados "swing states" – não há um padrão claro.

"A única razão pela qual alguns estados se tornam competitivos, e outros não, é a demografia", aponta Jack Rakove, professor de ciência política de Stanford. Rakove critica o fato de, na campanha dos EUA, muitos eleitores estarem na prática alienados, já que vivem em regiões claramente democratas ou republicanas.

Flórida

O professor de ciência política Jack Nagel, da Universidade da Pensilvânia, também faz ressalvas o sistema eleitoral do país. Uma das razões para isso é que o candidato mais votado pela população pode perder, dependendo do peso dos estados no Colégio Eleitoral. Em 1876, 1888 e 2000, o favorito da população como um todo perdeu. Em 2000, a Suprema Corte determinou que a recontagem no estado da Flórida fosse interrompida, o que resultou na vitória do republicano George W. Bush sobre Al Gore no Colégio Eleitoral, apesar de o democrata ter conseguido meio milhão de votos a mais que o adversário na votação popular.

Já em 1824, havia divisão política e nenhum dos candidatos conseguiu o número necessário para vencer no Colégio Eleitoral. Nesse caso, a Câmara dos Representantes determina o vencedor. Naquela ocasião foi escolhido o secretário de Estado John Adams, e não o preferido dos eleitores, o senador Andrew Jackson.

Nagel lembra que esse sistema foi estabelecido na época da elaboração da Constituição dos EUA, em 1787, e reflete um complexo compromisso entre os estados.

Mas afinal, o peso dos Estados acaba tornando o voto do eleitor mais ou menos importante? Os especialistas consultados divergem a respeito. Para Nagel, os grandes estados apontam mais delegados e, assim, seus eleitores têm mais peso. Porém, Rakove nota que, em eleições acirradas, é o voto dos pequenos estados que pode decidir.

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