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Nômades tuaregues armados tomaram o controle neste domingo da lendária cidade de Timbuktu, no Mali, berço do ensino islâmico e onde localiza-se uma antiga mesquita de lama de 700 anos. A cidade era o último importante reduto ao norte dos militares que depuseram o governo democrático no último dia 21 de março. Aproveitando o caos provocado pelo golpe da semana passada à capital, Bamako, os nômades tuaregues assumiram o controle de Kidal e Gao, a 1.300 quilômetros e 1.200 quilômetros distantes da capital, na sexta-feira e no sábado.

Após entrar em Timbuktu, o Movimento de Libertação Nacional Azawad, anunciou "o fim da ocupação de Mali". Em nota, o movimento prometeu garantir "a ordem e uma administração". O grupo busca constituir um território tuaregue independente na região.

Os nômades tuaregues, descendentes dos primeiros fundadores de Timbuktu no século XI e que em 1434 a tomaram de invasores, invadiram a cidade neste domingo armados e com artilharia. Segundo testemunha, os invasores foram de casa em casa pedindo as pessoas que se mantivessem calmas. Os tuaregues já se rebelaram anteriormente, mas nunca haviam conseguido tomar Timbuktu, tampouco as outras grandes cidades do norte de Kidal e Gao.

O capitão Amadou Haya Sanogo, que assumiu o poder após o golpe da semana passada e dissolveu a constituição de 1992, respondeu à entrada dos tuaregues na importante cidade de Timbuktu com promessas de eleições e devolução dos direitos constitucionais. Numa reviravolta ao seu comportamento desde o golpe, Sanogo acrescentou que irá organizar uma convenção nacional para definir um governo de transição, que será responsável por organizar eleições livres e justas. Ele não deixou claro quando seria tal convenção ou quando seriam realizadas as eleições, tampouco se permaneceria presidente durante a transição. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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