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Brian Kobilka, pesquisador de Stanford e Robert Lefkowitz, da Universidade Duke | Fotos: Norbert von der Groeben/Reuters e Sara D. Davis/AFP
Brian Kobilka, pesquisador de Stanford e Robert Lefkowitz, da Universidade Duke| Foto: Fotos: Norbert von der Groeben/Reuters e Sara D. Davis/AFP

Colateral

Controle sobre os receptores ainda é pouco conhecido

Demonstrando muita calma e modéstia, apesar de ter ganhado o Prêmio Nobel de Química de 2012, o americano Brian Kobilka, 56 anos, da Universidade Stanford, concedeu uma entrevista ao site do prêmio.

Ele dividiu o prêmio com seu mentor, Robert Lefkowitz, da Universidade Duke, pela descoberta e descrição do funcionamento de uma importante família de receptores, os acoplados às proteínas G. Eles são receptores de membrana, localizados na superfície da célula. Sua função envolve detectar um sinal químico extra-celular e iniciar uma cascata de eventos que "avisa" à celula o que acontece com o corpo.

"Eu e Lefkowitz temos um bom entrosamento e ainda nos falamos com frequência", lembrou.

Kobilka disse que apesar da presença em todo corpo e da importância desses receptores, "ainda não sabemos muito bem como controlá-los. Os remédios não são perfeitos ainda, possuem efeitos colaterais. Alguns deles são porque ao mirar um receptor específico eles acabam se ligando a outro receptor também."

"Eu e Lefkowitz temos um bom entrosamento e ainda nos falamos com frequência. Nesse momento estamos escrevendo um artigo sobre um projeto que nossos grupos de pesquisa estiveram colaborando por alguns anos. Sem dúvida ele é um fantástico mentor. Nós somos muito diferentes, mas trabalhamos bem juntos."

Robert Lefkowitz, pesquisador da Universidade Duke.

Os americanos Robert Lef­­kowitz e Brian Kobilka foram anunciados ontem como os vencedores do Prêmio Nobel de Química 2012 por seus estudos inovadores sobre os receptores acoplados às proteí­­nas G.

Segundo comunicado da­­ Real Academia Sueca de Ciên­­cias, os dois pesquisadores fizeram descobertas revolucionárias sobre os funcionamentos internos de uma importante família de receptores, os acoplados às proteínas G, que permitem às células "adaptar-se a situações novas".

Em nota, a entidade que concede a premiação disse que "cerca da metade de todos os remédios fazem efeito através dos receptores acoplados a proteínas G", por isso a descrição de seu "funcionamento interno" levará a grandes avanços neste âmbito.

Lefkowitz trabalha no Ins­­­­tituto Médico Howard Hu­­ghes e no Centro Médico Uni­­versitário Duke, de Du­­rham (EUA), e Kobilka é­­ pesqui­­sador da Escola Uni­­ver­­sitária de Me­­dicina de Stan­­ford (Estados Unidos).

Menos

Os ganhadores deste prêmio, dotado de 8 milhões de coroas suecas (R$ 2,4 milhões), 20% a menos que no ano passado, sucedem na lis­­­­­­ta do Nobel de Química o­­­­ cientista israelense Daniel Shecht­­man, que recebeu a honraria no ano passado.

Hoje será anunciado do nome do ganhador do Nobel de Literatura e, na sexta-feira, o da Paz.

Na segunda-feira, a lis­­ta­­ de ganhadores da edição­­ 2012 será finalizada com a concessão do prêmio de Eco­­nomia.

A entrega do Nobel será realizada, de acordo com a tradição, em duas cerimônias paralelas: em Oslo para o da Paz, e em Estocolmo para os demais, no dia 10 de dezembro, coincidindo com o aniversário da morte de Alfred Nobel.

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