Bagdá (Folhapress) A sessão do julgamento do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein prevista para ontem, depois de uma prorrogação definida na terça-feira passada, foi novamente adiada, desta vez para quarta-feira. A decisão partiu do novo juiz do caso, Rauf Abdel Rahman. O julgamento chegou a ser reiniciado ontem, mas uma crise ocorrida logo após o início da sessão levou o ex-ditador a deixar a sala do tribunal.
"Quero sair", disse Saddam ao novo juiz do caso, Rauf Rashid Abdel Rahman. "Saia, então", respondeu Rahman. "É uma tragédia. Eu comandei você por 35 anos. Como você pode me dizer para sair?", questionou Saddam. O juiz rebateu: "Eu sou o juiz, você é o acusado e deve me obedecer".
Enfurecido, Saddam Hussein declarou: "Você é iraquiano. Não pode me dar ordens neste tom. Eu o governei durante 35 anos". O ex-ditador, então, saiu, seguido pelo ex-vice-presidente iraquiano, Taha Yassin Ramadan.
A nova crise dentro do tribunal começou quando Rahman disse aos advogados de Saddam que não iria permitir que fizessem discursos políticos em suas observações de abertura. "Esta corte não é lugar para discursos políticos", afirmou.
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