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Investigadores procuram vestígios no carro do policial morto Stephen Paul Carroll em Craigavon | Cathal McNaughton / Reuters
Investigadores procuram vestígios no carro do policial morto Stephen Paul Carroll em Craigavon| Foto: Cathal McNaughton / Reuters

O acordo de divisão de poder entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte viveu nesta terça-feira (10) um de seus maiores desafios em mais de uma década, após republicanos dissidentes matarem mais um policial.

O Continuity IRA, um pequeno grupo paramilitar dissidente, assumiu a responsabilidade pelos ataque na noite desta segunda-feira (9) e disse que mais sangue seria derramado enquanto a região permanecer fazendo parte da Grã Bretanha.

O ataque ocorreu dois dias após outro grupo dissidente, o Real IRA, ter matado dois soldados britânicos.

"Os problemas da Irlanda estão de volta", disse Kevin Toolis, cineasta e autor de um livro sobre o IRA (Exército Republicano Irlandês, na sigla em inglês). "Os problemas são um eufemismo para tiroteios esporádicos e angústia, instabilidade".

Políticos de todos os lados disseram que a violência não enfraqueceria o acordo de divisão de poder de 1998 que trouxe relativa calma e crescente prosperidade à Irlanda do Norte, após 30 anos de conflito entre os católicos republicanos irlandeses, que são minoria, e os protestantes pró-Grã-Bretanha.

"Essa é uma batalha de interesses entre a classe política e pessoas do mal, e a classe política irá vencer", disse o primeiro-ministro da Irlanda do Norte, Peter Robinson.

Dois homens, de 17 e 37 anos, foram detidos por ligação com a morte do policial na segunda-feira, informou a polícia nesta terça. A polícia havia dito anteriormente que o suspeito mais novo tinha 18 anos.

Os grupos dissidentes não têm apoio unânime entre a comunidade católica na Irlanda do Norte e seus afiliados são apenas algumas centenas, mas suas ações têm o potencial de provocar uma nova onda de violência sectária.

"Deve ser uma preocupação que haverá uma retaliação de paramilitares leais", disse o ministro da Justiça irlandês, Dermot Ahern. "Há este risco".

Há também o risco de que os dissidentes irão aumentar suas campanhas com ataques à bomba.

Em janeiro, uma grande bomba foi desativada em Castlewellan, a 50 quilômetros da capital norte-irlandesa, Belfast.

"A bomba em Castlewellan, que foi interceptada, tinha o potencial de outra Omagh", disse Ahern, citando o ataque do Real IRA em 1998 que deixou 29 mortos num mercado da cidade de Omagh, o incidente mais letal do conflito sectário.

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