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O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, disse em declarações publicadas na quinta-feira que será difícil obter avanços em um processo de paz com os palestinos enquanto o grupo islâmico Hamas continuar armado e controlando a Faixa de Gaza.

"Os palestinos devem antes de tudo confrontar o terror, assumir o controle de Gaza e desmilitarizar o Hamas", disse o direitista Lieberman ao jornal Haaretz. "Sem isso, será difícil avançar."

Lieberman irritou os palestinos e contrariou os EUA na quarta-feira ao dizer que Israel não tem a obrigação de começar negociações que levem a um Estado palestino. No seu primeiro dia no cargo, ele afirmou que a chamada declaração de Annapolis, adotada em 2007 nos EUA, "não tem validade".

A Casa Branca reagiu dizendo que continua comprometida com uma solução que leve à existência de dois Estados na região. "Entendemos que teremos discussões francas", acrescentou um porta-voz dos EUA.

A conferência de paz de 2007 em Annapolis terminou com a decisão de que israelenses e palestinos deveriam resolver questões cruciais que levem à coexistência pacífica de dois países independentes.

Mas Lieberman, um imigrante soviético considerado racista por muitos árabes, disse ao Haaretz que Israel só tem compromisso com o "mapa da paz", de 2003, também apoiado pelos EUA. Isso incluiria a remoção de postos avançados de colonos judeus e a paralisação da ampliação dos assentamentos em territórios ocupados. Já os palestinos teriam a obrigação de controlar a violência.

"Conduziremos negociações com a Autoridade Palestina, mas queremos garantir que seus 'cheques' não sejam devolvidos", disse Lieberman. "Israel aceitou obrigações relativas ao mapa da paz e irá honrá-las, mas deve haver reciprocidade."

As declarações de Lieberman na quarta-feira confirmam que o novo governo israelense de Benjamin Netanyahu abandonou o compromisso de seu antecessor no sentido de negociar as fronteiras e questões como o status de Jerusalém antes que ambas as partes estejam satisfeitas com o cumprimento das promessas do "mapa da paz".

Isso pode retardar as negociações sobre o Estado palestino. Como Gaza está nas mãos do Hamas, muitos duvidam que os líderes palestinos da Cisjordânia, apoiados pelo Ocidente, possam cumprir num futuro próximo os pré-requisitos de segurança.

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