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Roma – O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, terá seu futuro no governo decidido amanhã com um voto de confiança no Senado, que, se for positivo, lhe oferecerá apenas uma breve trégua devido à fragilidade da maioria formada pelos partidos de esquerda.

Prodi se apresentará hoje perante os senadores para expor suas prioridades depois da crise que o levou a apresentar sua demissão na quarta-feira passada, quando o governo ficou em minoria de um voto em relação à política exterior.

A sessão de amanhã será consagrada ao debate e terminará com o voto de confiança, pedido no sábado pelo presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, que decidiu conceder uma segunda oportunidade a Prodi, de 67 anos, no poder desde as eleições legislativas de abril de 2006.

Segundo a imprensa italiana, o "discurso-programa" de Prodi tentará buscar o consenso sobre os assuntos mais delicados – a manutenção dos soldados italianos no Afeganistão, a reforma da Previdência e a política da família –, com o objetivo de não irritar a maioria e tentar conquistar alguns votos do centro.

A maioria da centro-esquerda mostra-se confiante com a prova no Senado, onde Prodi pode ter um máximo de 162 votos de um total de 322, ou seja, ganhar pelo mínimo.

O senador comunista Franco Turigliato, cuja abstenção no voto de quarta-feira passada foi uma das causas da queda do governo de Prodi, afirmou que estava "refletindo". O primeiro-ministro impôs na quinta-feira passada a seus aliados mais obstinados um pacto-programa de 12 pontos, com o objetivo de ‘reconstruir’ a maioria.

O Corriere della Sera sublinhou ontem que a quase totalidade desses pontos "é vaga", excetuando o compromisso de manter as tropas no Afeganistão e construir um trem de alta velocidade entre Lyon (centro da França) e Turim (norte de Itália).

Se Prodi conseguir superar o voto de confiança na Câmara Alta, deverá se apresentar na sexta-feira perante a Câmara de Deputados, onde conta com uma maioria muito mais ampla e, por isso, não deve correr tantos riscos. Se os senadores não apoiarem o primeiro-ministro, o mais provável é que se forme um governo técnico encarregado dos assuntos cotidianos e se reforme a lei eleitoral, considerada em grande parte responsável pela instabilidade política.

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