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Tsipras discursou no parlamento grego em Atenas neste domingo | Yannis Kolesidis/Efe
Tsipras discursou no parlamento grego em Atenas neste domingo| Foto: Yannis Kolesidis/Efe

Cautela

EUA pedem a líderes da zona do euro que se comprometam com a Grécia

O governo de Barack Obama está pressionando os líderes da zona do euro para que se comprometam mais com o novo governo da Grécia, uma vez que vem crescendo o temor de que o impasse entre gregos e União Europeia possa prejudicar a economia global, disse o Financial Times em reportagem publicada neste domingo. O lobby norte-americano acontece em um momento no qual Bruxelas e Washington se preocupam cada vez mais com a postura firme e linha-dura de alguns membros da zona do euro, especialmente a Alemanha, pressionando a Grécia a seguir adotando a política de austeridade, com cortes no orçamento como o restante da União Europeia, segundo a reportagem, que citou funcionários da adminstração da União Europeia e do governo dos EUA. O temor ocorre devido às políticas radicais de esquerda do recém-empossado primeiro-ministro Alexis Tsipras.

  • Tsipras: subsídio de alimentos às pessoas mais afetadas pela crise

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse neste domingo que seu país não tem como pagar o serviço de sua dívida e vai buscar um empréstimo-ponte – e não uma prorrogação do programa de ajuda financeira com a União Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI.

Discursando no parlamento grego em Atenas, Tsipras também afirmou que seu governo vai cumprir todas as promessas feitas na campanha eleitoral, inclusive a anulação de algumas das medidas de austeridade adotadas pelo governo anterior como condição para que o país obtivesse ajuda financeira e que levaram a taxa de desemprego a superar os 25%. O primeiro-ministro disse que a Grécia precisa respeitar as metas fiscais prometidas aos credores, mas ressalvou que a revogação das medidas de austeridade é uma "questão humanitária".

"Nossa decisão irreversível é implementar totalmente nossas promessas eleitorais. A maior prioridade é tratar das grandes feridas causadas pelo pacote de ajuda e lidar com a crise humanitária", disse Tsipras, destacando que isso incluirá subsidiar alimentos, eletricidade para as pessoas mais atingidas pela crise econômica, reabrir a emissora de televisão pública fechada pelo governo anterior, restaurar o emprego de funcionários públicos "demitidos ilegalmente", elevar o salário mínimo gradualmente para 751 euros até 2016.

Tsipras também anunciou a criação de um novo imposto sobre grandes propriedades, a criação de um novo ministério para supervisionar o combate à corrupção e à evasão de impostos, o corte do uso de carros e aviões pelos ministérios e a criação de um fundo de pensão reunindo receita proveniente da exploração de recursos naturais.

"O programa de ajuda financeira fracassou. Não se justifica que o governo busque uma prorrogação, porque não pode pedir uma prorrogação de erros", disse Tsipras. Segundo ele, a Grécia quer pagar o serviço de sua dívida. "Se nossos parceiros querem o mesmo, eles estão convidados a vir à mesa de conversações, de modo que possamos discutir como tornar isso viável", acrescentou.

O atual programa de crédito para a Grécia termina em 28 de fevereiro. A liberação de um pacote final de 7,2 bilhões de euros ainda depende de uma revisão do cumprimento das exigências da troica (UE, BCE e FMI) pela Grécia.

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