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Tóquio – O nacionalista Shinzo Abe foi confirmado ontem como o novo primeiro-ministro do Japão. Em sua primeira declaração após ser eleito pelo Parlamento, ele garantiu "uma diplomacia enérgica" em que o restabelecimento de laços com a China será prioridade e ainda reformas econômicas que incluem corte de gastos para controlar a dívida pública do país, a maior entre os países desenvolvidos. Para dar o exemplo, ele começou cortando o próprio salário em 30% e o de seus ministros em 10%.

A escolha de Abe era esperada, pois seu partido, o Liberal Democrata (PLD), tem maioria na Câmara dos Deputados. Os 339 votos garantiram uma vitória folgada sobre Ichiro Ozawa, líder do oposicionista Partido Democrático do Japão, que teve 115. Abe – parlamentar desde 1993 e secretário-chefe do Gabinete desde outubro de 2005 – substitui o popular Junichiro Koizumi, seu colega de PLD, no poder desde abril de 2001. Com 52 anos, o novo primeiro-ministro é o mais jovem a ocupar o cargo desde a 2.ª Guerra.

Planos

Na esfera externa, Abe disse também que vai fortalecer a aliança do Japão com os Estados Unidos. Já no caso da China, ele tem a tarefa de melhorar a relação dos países, desgastada pelas visitas de Koizumi a Yasukuni, um templo que homenageia soldados considerados heróis de guerra, entre eles criminosos condenados. Abe já defendeu as visitas de Koizumi ao templo, mas não quis dizer se também tem planos de ir ao local.Ele disse que "a porta do lado do Japão está sempre aberta" para negociações. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Qin Gang, respondeu dizendo que o "governo chinês confere grande importância para os laços com o Japão", mas ressaltou que há "alguns obstáculos para os laços bilaterais" entre os países.

Abe também disse esperar uma melhor relação bilateral entre o Japão e a Coréia do Sul – que também mostrava descontentamento com as visitas de Koizumi a Yasukuni. O novo premier anunciou ontem mesmo a composição de seu gabinete, aproveitando, inclusive, alguns dos nomes do governo de Koizumi.

Exército

O novo primeiro-ministro ainda tem prometido revisar a Constituição pacifista japonesa, que proíbe que o Japão realize ações militares. A Carta de 1947, elaborada pelos EUA, nunca foi emendada, mas Abe e outros querem uma mudança para que o Japão possa participar de operações militares no exterior.

Desde o fim da 2.ª Guerra Mundial, o Japão não não um Exército e, ao menos em tese, conta com o apoio de forças internacionais para sua defesa.

Ele defende uma educação patriótica mais intensa nas escolas públicas e respalda livros escolares que críticos acusam de encobrir atrocidades cometidas pelas tropas japonesas na guerra.

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