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Paris – Nicolas Sarkozy, o presidente eleito da França, está fazendo o que a esquerda mais temia: convidando esquerdistas para seu governo. Um gesto, segundo ele, de abertura. E não é para cargos secundários. Ele ofereceu o prestigiado Ministério das Relações Exteriores ao socialista Bernard Kouchner.

"Ele quer a maior reunião possível para pôr em andamento seu projeto", disse Claude Guéant, futuro secretário-geral do Palácio do Eliseu. Kouchner, de 67 anos, ajudou a administrar a transição do Kosovo depois da guerra, em 1999. Da sua equipe da ONU fazia parte o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto no atentado à organização no Ira-que, em 2003.

Tudo indica que Kouchner será nomeado até o fim da semana. Sarkozy não seduziu Kouchner à toa. Ele é um socialista popular, mas ficou à margem do PS nas eleições. Curiosamente, Kouchner foi também um dos líderes da revolta estudantil de maio de 1968. Ou seja, parte de uma geração que Sarkozy criticou na campanha. Sarkozy prometeu nomear mulheres para metade dos ministérios, abrir o governo à participação de esquerda e centro e reduzir para 15 os ministérios.

Para conseguir isso, ele começou a desagradar ao seu próprio campo. Segundo a imprensa, Michèle Alliot-Marie, atual ministra da Defesa, figura de peso na UMP, partido de direita, queria assumir o posto hoje oferecido a Kouchner. Ela está cotada para ficar onde está, na Defesa, ou ir para o Ministério da Justiça. E a sedução não parou em Kouchner. Para o mesmo posto, Sarkozy teria sondado Hu-bert Védrine, chanceler do premier socialista Lionel JospinÞ.

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