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A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos monitora dados de cidadãos de todo o mundo em uma proporção muito maior do que o revelado até então, indica reportagem publicada pelo "New York Times" nesta quinta-feira. Segundo o jornal, citando uma alta fonte da Inteligência, os serviços secretos espionam não apenas cidadãos que têm ligação direta com pessoas investigadas pelos EUA, mas também e-mails e mensagens enviadas dentro e fora do país que apenas citam informações sobre estrangeiros suspeitos.

Detalhes da vigilância americana apareceram nos documentos vazados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden. Em um deles, é mencionado que a agência "busca adquirir comunicações sobre o alvo que não são para o alvo ou a partir do alvo". Os arquivos foram publicados pelo jornal "The Guardian" em 20 de junho, mas a única regra marcada com "Top Secret" em meio a 18 páginas, no entanto, foi amplamente ignorada em meio a outras divulgações, de acordo com o "NYT".

Segundo a fonte, um programa intercepta os dados a partir de palavras-chaves e os armazena temporariamente para que analistas possam examiná-los - o restante é deletado. Ainda de acordo com o funcionário, a busca pela palavra-chave e outros termos é muito precisa, para diminuir o número de comunicações de americanos inocentes interceptadas pelo programa.

Ao mesmo tempo, ele reconheceu que em determinados momentos de mudanças de provedor e de tecnologia pode ter ocorrido uma coleta indiscriminada, o que teria sido comunicado ao governo.

A nova revelação mostra o amplo alcance das operações secretas e contradiz com as declarações oficiais da Inteligência, de que os americanos não são alvo de vigilância sem autorização judicial.

Funcionários do governo alegam que a vigilância além das fronteiras dos EUA foi autorizada por uma lei de 2008 - chamada Fisa -, na qual o Congresso aprovou a espionagem em solo nacional sem mandado, desde que o alvo fosse um estrangeiro. Comunicações de voz não estão incluídas nessa vigilância, segundo o alto funcionário.

Questionada sobre o assunto, a porta-voz da NSA Judith A. Emmel não abordou diretamente a vigilância de comunicações transnacionais. Mas disse que as atividades da agência eram legais e não eram destinadas a reunir informações sobre os americanos, mas sobre "potências estrangeiras e seus agentes, organizações estrangeiras, estrangeiros e terroristas internacionais".

"No cumprimento da sua missão de inteligência, a NSA coleta apenas o que é expressamente autorizado a coletar", disse ela. "Além disso, as atividades da agência são implantadas apenas em resposta às necessidades de informação para proteger o país e os seus interesses".

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