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Pescadores tentam reaver seus barcos em meio a escombros após Tsunami | SONNY TUMBELAKA/AFP
Pescadores tentam reaver seus barcos em meio a escombros após Tsunami| Foto: SONNY TUMBELAKA/AFP

Autoridades da Indonésia atualizaram o número de vítimas fatais de um tsunami que atingiu o país para 429, e alertaram que mais corpos devem ser encontrados à medida que equipes de emergência entram em novas áreas que foram isoladas após quedas de pontes e estradas. Chuva pesada e estradas bloqueadas dificultam o resgate nesta terça-feira (25) de Natal, três dias após o tsunami. Vulcão que originou a onda segue ativo, e autoridades temem novos desastres.

“Há seis aldeias nas quais ainda não conseguimos entrar porque as estradas e as pontes estão muito danificadas”, disse Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da agência de combate a desastres do país, em entrevista coletiva. “A estrada já estava em más condições antes do tsunami.”

As pessoas que vivem ao longo do Estreito de Sunda, que separa as ilhas de Java e Sumatra, foram novamente alertadas para ficar longe do litoral, com medo de outra explosão pelo vulcão Anak Krakatau, que entrou em erupção no sábado à noite e causou o colapso de uma ladeira submarina a energia de um pequeno terremoto, enviando grandes ondas mortais para as costas.

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Nugroho não sabia quantas pessoas residiam nas áreas inacessíveis, mas disse que a maioria dos mortos encontrados até agora eram visitantes chegando no início de um feriado. Autoridades estão em alerta para uma erupção a qualquer momento do Anak Krakatau, ou “Criança de Krakatau”.

Pelo menos 128 pessoas ainda estão desaparecidas, com a esperança de que elas estarão vivas. Mais de 1.400 pessoas ficaram feridas na costa de Java e Sumatra, pouco depois de uma grande erupção do vulcão Anak Krakatau, que fica no estreito de Sunda, entre as duas ilhas.

Corpos ainda estão sendo encontrados quase três dias após o tsunami, e só agora as buscas chegam a áreas mais remotas. Equipes de resgate militares e civis utilizam equipamentos pesados para deslocar os destroços espalhados por toda a costa, enquanto outros usaram drones para avaliar a extensão da área afetada e cães farejadores para encontrar corpos nos destroços. As vítimas foram colocadas em sacos de corpos e identificadas por parentes.

Natal

Cristãos da Indonésia em cerimônia de NatalJUNI KRISWANTO/AFP

As celebrações de Natal na região, geralmente alegres, foram substituídas por orações pelas vítimas. Na Igreja Pentecostal de Rahmat, em Carita, o clima era sombrio. O pastor Markus Taekz disse à Associated Press que cerca de 100 pessoas compareceram ao seu serviço de véspera de Natal, metade do número habitual. O que era uma celebração normalmente alegre agora é “cheia de tristeza”.

Resgate das vítimas e novo tsunami

“Nossa principal preocupação é com os problemas de saúde”, disse Dino Argianto, encarregado das operações humanitárias da Oxfam Indonésia. “O problema agora são as vítimas que não foram encontradas e estão enterradas sob os escombros. Precisamos encontrá-las, pois podem ser uma fonte de doenças. Elas também podem poluir as águas.”

Enquanto isso, o vulcão Anak Krakatau, cuja erupção e colapso parcial parece ter causado deslizamentos de terra que desencadearam o tsunami, ainda está em erupção, espalhando fumaça branca e nuvens de cinzas centenas de metros no ar.

Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional de Gerenciamento de Desastres, disse que os civis são obrigados a ficar a pelo menos 2 km da costa. “Ainda há potencial para um tsunami”, disse ele.

Sistema de detecção

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, prometeu reparar ou substituir equipamentos de detecção de tsunamis, depois que seus próprios funcionários reclamaram que o sistema de bóias de alerta — criadas após o tsunami calamitoso do Oceano Índico em 2004 — não funcionava havia anos.

Mas especialistas acham difícil que isso aconteça. Os sensores de alerta do governo são instalados para monitorar terremotos — que são responsáveis ​​pela maioria dos tsunamis — e não para atividades vulcânicas. E mesmo um sistema funcional de alerta com boias marítimas teria alertado com uma antecedência mínima, dado o quão perto o vulcão estava da costa e o quão rápido as ondas do tsunami viajam.

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