Após revisar as regras do Partido dos Trabalhadores, a Coreia do Norte criou um novo cargo que está sendo considerado o segundo mais importante do regime ditatorial. A pessoa que o ocupar terá apenas menos poderes do que o do ditador Kim Jong-un e poderá substituí-lo em reuniões do partido, informaram a agência de notícias sul-coreana Yonhap News e a emissora americana CNN, após ouvir fontes e revisar documentos.
Ainda não se sabe quem ocupará essa nova posição de "primeiro-secretário" – o cargo oficial de Kim é "secretário-geral" do Partido. Três nomes são considerados por especialistas como os mais prováveis de se tornarem o "número dois" da ditadura norte-coreana: Kim Yo-jong, a irmã de Kim Jong-un; Jo Yong-won, um assessor muito próximo ao ditador; e Kim Tok Hun, premiê da Coreia do Norte.
De acordo com a Yonhap News, as regras foram revisadas em janeiro e o novo cargo parece ter sido criado para diminuir as obrigações de Kim Jong-un na administração dos assuntos partidários. Fontes com conhecimento do assunto afirmaram à agência que a pessoa eleita como "primeira-secretária" poderá presidir as principais reuniões do partido em nome do ditador.
Também há especulações de que o ocupante do cargo poderia substituir Kim Jong-un em caso de emergências ou se o ditador ficar muito doente ou incapacitado. Se for esse o caso, há grandes chances de que a irmã caçula do ditador assuma a posição, justamente por ser parte da família e ser da "linhagem Paekdu".
"Em caso de emergência, incluindo aquelas envolvendo a saúde do líder Kim, Kim Yo-jong provavelmente assumirá esta posição de 'vice' e agirá temporariamente como sucessora até que o poder seja entregue ao filho de Kim Jong-un", disse o ex-ministro da Unificação da Coreia do Sul Lee Jong-seok.
Contudo, isso não é uma certeza. De acordo com a CNN, "Kim pode simplesmente estar delegando algumas de suas funções oficiais para aliviar sua carga de trabalho". Cheong Seong-chang, diretor do centro de estudos norte-coreanos do Instituto Sejong, disse à emissora americana que Kim pode se sentir confortável em distribuir mais tarefas a outros porque está confiante em seu "controle do poder".
Outras mudanças
Segundo a Yonhap News, as regras do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte teve outras modificações. A política "songun", ou "militares em primeiro lugar", foi retirada do preâmbulo das regras do partido – songun foi a principal política seguida por Kim Jong-il, o falecido pai de Kim Jong-un, e não estava mais sendo seguida desde o início do regime do atual ditador.
Também foi excluída do regimento a expressão de que os membros do partidos "devem lutar ativamente para acelerar a unificação da pátria". Para especialistas ouvidos pela agência, isso indica que a Coreia do Norte vai priorizar uma coexistência com a Coreia do Sul em vez de buscar pela reunificação da península por meio de uma revolução.
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