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O sol se põe em Pune, na Índia, obscurecido pela névoa marrom | Science/AAAS
O sol se põe em Pune, na Índia, obscurecido pela névoa marrom| Foto: Science/AAAS

Uma equipe internacional de pesquisadores diz ter conseguido determinar a origem da terrível nuvem marrom de poluição que cobre vastas áreas da Ásia, em especial na Índia e na China, durante o inverno. O principal componente dessa forma de poluição - de 50% a 90% da nuvem marrom - é a queima de madeira e fezes animais, usada como fonte de energia pelas populações pobres da região.

O trabalho, coordenado por Örjan Gustafsson, da Universidade de Estocolmo (Suécia), está na edição desta semana da revista especializada americana "Science". Os pesquisadores usaram o carbono-14, forma do elemento químico normalmente empregada para datar matéria orgânica, como ferramenta para chegar à conclusão. É que o carbono-14 diminui progressivamente na matéria orgânica após sua formação, de forma que, 40 mil anos após a morte de um animal ou planta, por exemplo, quase não há mais proporções detectáveis dele.

Dessa forma, é fácil comparar o carbono oriundo da queima de petróleo ou carvão mineral - oriundo de matéria orgânica que se transformou há milhões de anos - com o carbono vindo de madeira ou fezes. Se a fuligem na nuvem ainda tem muito carbono-14, isso significa que ela é de origem recente, e foi o que os pesquisadores verificaram.

Os poluentes da nuvem marrom envolvem basicamente partículas de material orgânico queimado, que trazem sérios problemas respiratórios para a população asiática e ainda contribuem para o aquecimento global ao absorver luz solar. O lado bom é que a duração de seus efeitos na atmosfera é curta, o que sugere que fontes mais modernas e menos poluentes de energia, se instaladas na região, poderiam sanar o problema de forma relativamente rápida.

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