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A derrota republicana nas eleições legislativas sugere que muitas coisas deverão mudar nos dois anos que ainda restam do governo Bush, mas muitas dúvidas ainda permanecem. Espera-se que, com o Partido Democrata no poder, as relações com o Brasil venham a melhorar. Não há nada que garanta que isso ocorra. Ao contrário, parece haver mais razões para crer que os negociadores brasileiros terão, doravante, mais dificuldades.

O presidente Lula, desde a a eleição de 2002, foi objeto de tentativas de aproximação por parte do presidente Bush e, embora se possa alegar que Lula se sentirá mais à vontade com os democratas, isso não elimina o problema dos interesses americanos. Entre os deputados democratas eleitos, há muitos que representam áreas de interesse como a da soja e da laranja, que podem se chocar com interesses de exportadores brasileiros enquanto, do lado brasileiro, há um certo sentimento de que melhor seria que a revisão dos acordos do Sistema Geral de Preferências fosse feita antes da posse dos novos congressistas. Acredita-se que o Congresso de maioria democrata deverá ser muito mais protecionista do que o atual Congresso. Na década de 1960, foi o governo democrata de Kennedy que lançou a Aliança para o Progresso, voltada para a promoção do desenvolvimento da América Latina, mas foram também governos democratas que envolveram os EUA na guerra do Vietnã enquanto, por outro lado, os republicanos, além de tirar os americanos do Vietnã, produziram a política de distensão com a União Soviética e o reatamento das relações com a China.

Enfim, é possível que, tal como nos EUA, a maioria dos brasileiros prefira os democratas, mas não há nada que garanta que o novo quadro da política americana venha a ser favorável ao Brasil ou à América Latina.

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