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Ficaram para trás os tempos em que nos círculos musicais se costumava escutar que os pianistas orientais tocavam como máquinas, técnicos e limpos, capazes de serem muito rápidos, mas sem a emoção e a musicalidade necessárias: agora há chineses entre os melhores do mundo.

A aparição de jovens intérpretes do nível interpretativo de Lang Lang, Li Yundi, Chen Sa e Wang Yujia e a chegada de alunos chineses à Europa e aos Estados Unidos com um nível que impressiona os professores mexeram com o pianista e professor mexicano Fernando García Torres que tenta descobrir qual é seu "segredo".

Segundo ele, ao término de várias semanas de encontros e aulas magistrais por escolas e conservatórios de Hong Kong, Pequim, Tianjin, Shenzhen e o próprio conservatório de Xangai, sua impressão é que o principal segredo está no fato de que nesses locais se "estuda 28 horas por dia".

Trabalho duro

Torres, professor titular da Escola Superior de Música do Instituto Nacional de Belas Artes do México, com mais de três décadas de experiência docente, desejava há muito tempo conhecer de perto o sistema de formação musical na China. "Os chineses são muito musicais e têm a cada dia mais professores formados na Europa e EUA. Estão limando as críticas de que tocavam de maneira mecânica, estão trabalhando muito em uma qualidade sonora, em uma interpretação muito mais polida, cuidada, refinada, de melhor gosto", destacou Torres.

Após falar com 30 professores chineses, Torres comprovou como eles mesmos são conscientes da mudança. A partir daí, em sua busca de uma "receita" para o êxito chinês, o docente mexicano destaca a forte "ética de trabalho" aplicada aos alunos desde sua infância, combinada com o apoio familiar de pais que tentam incentivar de todas as maneiras os estudos de cada aluno.

À equação se soma um fortíssimo impulso do governo à educação musical, com conservatórios muito bem dotados, tanto com bons professores com formação no exterior, que organizam eventos que atraem intérpretes mundiais a dividir classes magistrais, e com meios invejáveis em outros países.

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