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Ônibus escolar transporta aluno no primeiro dia de aula após o assassinato de 20 crianças em escola primária de Newtown, no estado de Connecticut | Emmanuel Dunand/AFP
Ônibus escolar transporta aluno no primeiro dia de aula após o assassinato de 20 crianças em escola primária de Newtown, no estado de Connecticut| Foto: Emmanuel Dunand/AFP

O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou ontem apoio aos esforços do Congresso para restabelecer restrições à venda de armas de fogo nos EUA. Após um longo período sem se manifestar abertamente, Obama tem adotado uma postura mais assertiva a respeito do tema desde o massacre na escola Sandy Hooks, em Newtown, Connecticut, no qual um atirador matou 20 crianças e seis adultos com armas da coleção de sua mãe, também assassinada.

O presidente já havia se declarado a favor da medida, mas não foi capaz de aprová-la em seu primeiro mandato. A senadora democrata Dianne Feinstein pretende reintroduzir a legislação para que entre em vigor já no início de 2013.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carner, afirma que o presidente ainda apoiaria uma proposta para fechar a "brecha" na lei americana que permite que se compre armas de pessoas físicas, sem a checagem de antecedentes.

Ontem, Obama conversou com o senador Joe Manchin, um democrata conservador, entusiasta de caça, que, após o massacre de Newtown, afirmou estar aberto a uma discussão nacional sobre prevenção à violência com armas de fogo.

O presidente propôs a formação de um grupo para estudar as propostas que visam a maior controle do acesso de civis a armas.

Histórico

A restrição à venda de armas de fogo foi estabelecida pela primeira vez em 1994, durante o governo de Bill Clinton, e caiu em 2004, na gestão de George W. Bush. O apoio de Obama é importante, mas não significa que ela seja restabelecida, visto que o Senado tem maioria republicana, influenciada pela poderosa National Rifle Association (NRA).

ComunicadoLobby por armas se diz "chocado" com massacre em escola

Folhapress

Após quatro dias de silêncio, o principal lobby pró-armas dos EUA, a Associação Nacional de Rifles (NRA), divulgou ontem um comunicado no qual se diz "chocado" com a morte de 20 crianças e seis adultos por um atirador em uma escola em Newtown.

O texto, de cinco parágrafos curtos, atribui a demora ao respeito às famílias das vítimas, promete "apoio significativo" para evitar novas tragédias e marca uma entrevista coletiva para hoje.

A NRA estava calada desde a chacina de sexta-feira, sem responder a pedidos de entrevistas nem se manifestar em redes sociais. Na quinta, a associação festejara com um tuíte seu 1,7 milhão de seguidores no Facebook. ontem, porém, sua página oficial no site não existia mais.

A hesitação inédita do grupo, que alega ter 4,3 milhões de afiliados e só neste ano gastou US$ 2,2 milhões em lobby, segundo o Cetro pela Política Responsável, indica mudanças no debate sobre porte de armas nos EUA.

A população americana, segundo pesquisas, é majoritariamente a favor da Segunda Emenda -a lei de 1791 que garante a todos os cidadãos o direito de portar armas. Nos últimos meses, porém, o apoio a algum tipo de restrição cresceu.

Pesquisa feita pela rede de TV CBS entre sexta e domingo com margem de erro de quatro pontos percentuais indica que 57% são a favor de mais controle – embora o aumento do apoio seja esperado, é a primeira vez na série que ele supera 50%.

A mudança também chegou ao mundo corporativo. O fundo de investimentos Cerberus anunciou ontem que venderia sua participação na fabricante de armas Freedom Group, que produz o fuzil usado por Adam Lanza na chacina em Newtown.

A brasileira Tauros é citada pelo jornal The New York Times como interessada na compra.

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