• Carregando...
Obama desembarca em Pittsburgh, na Pensilvânia | Larry Downing/Reuters
Obama desembarca em Pittsburgh, na Pensilvânia| Foto: Larry Downing/Reuters

Repercussão

Políticas do presidente tornam a vida "dura", dizem os republicanos

Agência Estado

A resposta republicana ao discurso de Obama não tardou.

"Cresce continuamente o número de pessoas que se consideram prejudicadas porque, neste momento, a política do presidente está tornando a vida dos cidadãos cada vez mais dura", afirmou a deputada Cathy McMorris Rodgers, na resposta oficial dos republicanos.

Embora os problemas partidários na Câmara tenham ganhado destaque no pronunciamento, Obama advertiu o Congresso que vetará qualquer projeto de sanção que possa atrapalhar as negociações com o Irã, mas admitiu que é possível que elas não tenham sucesso.

O presidente afirmou que será difícil deter o programa nuclear do Irã e que, se os diálogos fracassarem, ele pedirá novas sanções. "Mas, se os líderes iranianos aproveitarem a oportunidade, o Irã poderá dar um importante passo para se reintegrar à comunidade de nações, e teremos evitado uma das maiores ameaças à segurança do nosso tempo sem o risco de uma guerra".

Quanto à Síria, prometeu "trabalhar com a comunidade internacional para promover o futuro que o povo sírio merece – um futuro livre das ditaduras, do terror e do medo".

Ele reafirmou que a guerra liderada pelos EUA no Afeganistão se concluirá formalmente no final deste ano.

Opinião

Democrata muda de estratégia e passa a desafiar republicanos

Andy Sullivan, correspondente da Reuters em Washington

A disputa em relação ao plano de saúde criado por Barack Obama pode determinar que partido controlará o Senado dos EUA nos dois anos finais do presidente democrata na Casa Branca. Os republicanos precisam levar seis assentos para ganhar o controle da Casa. A maioria dos analistas espera que eles mantenham o domínio na Câmara dos Deputados.

Na noite de terça-feira (madrugada de quarta no Brasil), depois de dois anos sem mencionar o novo plano de saúde, Obama falou diretamente sobre ele no discurso do Estado da União.

No que tem se tornado uma característica do evento, o presidente americano, durante sua fala, aponta para uma "pessoa de verdade" na plateia. Ontem, ele indicou uma mulher sentada perto da primeira-dama Michelle, na galeria da Câmara dos Deputados. Amanda Shelley, de 37 anos, teria ido à falência com custos médicos se não tivesse a cobertura do "Obamacare".

Os republicanos procuram responder da mesma forma. O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, chegou a falar de quatro empresário que, segundo ele, estão em dificuldades financeiras por causa da lei.

Não está claro ainda se essa mudança de estratégia – partindo para um confronto – terá resultados. Historicamente, dois anos depois de reeleitos, os presidentes veem os seus partidos perderem assentos no Congresso.

Nobel para Snowden?

Um deputado norueguês enviou ontem uma carta pedindo ao comitê responsável pelo Prêmio Nobel da Paz a indicação do ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden, que revelou o esquema de espionagem americano.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, abriu ontem uma turnê por quatro cidades americanas com o objetivo de reforçar a mensagem do discurso anual sobre o Estado da União, apresentado na noite anterior.

Foi um pronunciamento importante para uma nação pessimista, um apelo ao Congresso dividido para agir contra a desigualdade de renda e uma promessa de evitar o impasse no Legislativo usando os poderes do Executivo.

O presidente sublinhou a preocupação com a distância enorme entre os americanos mais ricos e os cidadãos comuns, que se agravou desde a crise econômica iniciada em 2008.

No discurso tradicionalmente mais importante do ano, Obama tratou também de tentar preparar o clima para a vitória democrata nas eleições parlamentares deste ano, na metade de seu segundo mandato. Hoje, a popularidade de Obama está mais baixa que nunca, apesar da melhora da economia.

Ele se mostrou particularmente preocupado com a persistência do desemprego. "A América não ficará parada, nem eu pretendo ficar", afirmou no discurso transmitido em cadeia nacional pela televisão num auditório lotado. "Portanto, poderei tomar quaisquer medidas, sempre que considerar necessário, sem precisar da aprovação do Congresso, a fim de aumentar as oportunidades para um número cada vez maior de famílias americanas. É o que pretendo fazer."

Os republicanos, especialmente na Câmara dos Representantes, têm conseguido criar obstáculos à maior parte da agenda legislativa do presidente desde que retomaram a Câmara, em 2010. Seu líder, o presidente John Boehner, logo procurou minimizar os planos de Obama de uma forte ação do Executivo.

"O presidente precisa entender que seus poderes são limitados por nossa Cons­­tituição, e a autoridade que ele tem não representa muito para os que não têm oportunidades na nossa economia", afirmou.

Obama admite que se depara com limites constitucionais para agir sem o Congresso, mas entende que ainda enfrenta uma parede oposicionista republicana.

Na ausência de acordo, O­­bama vai recorrer aos decretos sempre que puder.

Chanceler viaja para discutir revisão da NSA

Agência O Globo

O ministro das Relações Ex­te­riores do Brasil, Luiz Figuei­redo, embarcou ontem para os EUA a fim de tratar da revisão da Agência Nacional de Segurança (NSA), responsável pelas ações de espionagem em países como Brasil, França e Alemanha.

O chanceler brasileiro viaja a convite da assessora de segurança nacional dos EUA, Susan Rice, que vai detalhar ao Brasil a reforma nas regras por que a NSA vai passar. O anúncio da reforma dos serviços de inteligência americanos foi feito pelo próprio chefe de Estado americano, Barack Obama, e foi considerado pela presidente Dilma Rousseff como um primeiro passo.

Segundo o chanceler, no encontro que manterá com a colega americana, não será tratada a questão da visita de Estado que Dilma Rousseff faria no ano passado a Washington e que foi suspensa por causa da descoberta de que a própria presidente brasileira, assessores de seu governo e a Petrobras foram espionados pelos serviços de inteligência americanos.

Além das explicações que os EUA darão ao Brasil sobre a reforma da NSA, os americanos também resolveram aceitar o convite do governo Dilma para participar do Fórum Multisetorial Global que acontecerá em abril em São Paulo para tratar da governança da internet e da questão da espionagem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]