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Obama pula cerca de plantas para cumprimentar congressistas: governo terá dura batalha no Congresso para aprovar a reforma da imigração | Saul Loeb/AFP
Obama pula cerca de plantas para cumprimentar congressistas: governo terá dura batalha no Congresso para aprovar a reforma da imigração| Foto: Saul Loeb/AFP

Reação

Republicanos exigem proteção à fronteira com o México

O governo Barack Obama deve garantir, primeiro, a segurança na fronteira sul se quiser realizar reforma migratória integral, declararam ontem líderes republicanos, em reação ao discurso do presidente sobre o assunto. "O presidente continua se equivocando. O povo americano está dizendo a ele: garanta primeiro a segurança na fronteira", declarou o senador republicano Jon Kyl (Arizona). "Primeiro diz que é necessário o bipartidarismo e, depois, critica os republicanos", acrescentou Kyl.

Líderes republicanos e observadores políticos ressaltam que nem sequer um projeto de lei democrata contaria com os votos necessários no Congresso. Os EUA celebram em novembro eleições consideradas difíceis para muitos parlamentares, tanto republicanos quanto democratas. As pesquisas indicam em nível nacional que os americanos querem ver reforçada a segurança na fronteira, mas que também se mostram favoráveis à ideia de reformar o sistema migratório.

  • Entenda as propostas da reforma da imigração

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem que o sistema imigratório americano "parece fundamentalmente falido’’ e pressionou o Congresso a corrigir as falhas na legislação.

Em discurso de meia hora na American University, em Wa­­­shing­­ton, Obama criticou os republicanos por atrasarem a aprovação de uma reforma imigratória que, entre outras coisas, abriria caminho para a regularização de estimados 11 milhões de residentes "indocumentados’’.

"Estou pronto para seguir em frente, a maioria dos democratas está pronta para seguir em frente, e acredito que a maioria dos americanos está esperando para ir em frente. O fato é que, sem apoio bipartidário, não podemos resolver esse problema’’, afirmou o democrata.

Ele atacou a lei aprovada em abril no Estado do Arizona, que tem o "potencial de violar os direitos de cidadãos americanos inocentes e de residentes legais, fa­­zendo deles objeto de questionamento por causa de sua aparência ou de sua fala’’.

A polêmica legislação, que entrará em vigor no dia 29, exige que policiais, ao parar alguém por qualquer infração, questionem o status migratório se houver "suspeita razoável’’ de que se trata de um residente ilegal. Em outros Estados, esse papel cabe somente a agentes federais de imigração.

A nova regra levou medo principalmente aos imigrantes latinos, que iniciaram uma debandada do Estado antes mesmo de a lei vigorar.

Espera-se que a Casa Branca entre com um processo contra o Arizona para derrubar a nova lei – Obama, no entanto, não mencionou a ação em seu discurso de ontem, o primeiro totalmente dedicado ao tema da imigração desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2009.

O democrata disse apenas que a lei cria precedente para que "di­­ferentes regras para a imigração sejam empregadas em diferentes partes do país’’. Essa "colcha de retalhos’’, na visão dele, exige "um claro padrão nacional’’.

Viés eleitoral

Embora tenha dado poucos detalhes do que seria a reforma, Oba­­ma defendeu que se abra caminho para a regularização dos "in­­documentados’’ e pediu medidas para reforçar a segurança das "po­­rosas’’ fronteiras.

Em março, ele apoiara projeto dos senadores Charles Schumer e Lindsay Graham que continha alguns desses pontos.

O presidente rejeitou a ideia de deportações em massa de residentes ilegais, um processo "logisticamente impossível e muito caro’’, mas defendeu que eles sejam "responsabilizados’’.

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