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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que Mianmar se abriu ao diálogo sobre reformas, mas precisa melhorar a situação dos direitos humanos. Foram os primeiros comentários dele sobre o autoritário regime birmanês desde a libertação de presos políticos no país em outubro.

Horas depois, o conselheiro presidencial de Mianmar Ko Ko Hlaing respondeu aos comentários de Obama dizendo que o país seguirá no caminho das reformas democráticas.

"Estejam certos de que nós estamos nos desenvolvendo no rumo de uma sociedade democrática e assumiremos todas as nossas responsabilidades e obrigações, como um governo responsável, refletindo os desejos do povo de Mianmar", declarou Hlaing a repórteres.

"Nós faremos o que tivermos de fazer como um governo democrático e uma sociedade democrática", acrescentou.

Um alto funcionário do Ministério do Interior havia dito à Reuters na quarta-feira que o novo governo civil está pronto para libertar mais presos políticos, em mais um sinal de que reformas genuínas podem estar em andamento após cinco décadas de rígido regime militar. Em 12 de outubro, 230 ativistas já haviam sido libertados.

"Alguns prisioneiros políticos foram soltos. O governo começou um diálogo. Ainda assim, violações aos direitos humanos persistem", disse Obama em discurso ao Parlamento australiano.

"Então vamos continuar falando claramente a respeito dos passos que precisam ser dados para que o governo da Birmânia tenha uma melhor relação com os Estados Unidos."

Estados Unidos, Europa e Austrália dizem que a libertação de presos políticos é uma das várias precondições para suspender as sanções que têm isolado Mianmar e motivado sua aproximação com a China.

Obama está na Austrália antes de visitar a ilha indonésia de Bali para a Cúpula do Leste Asiático, e para sinalizar um maior envolvimento dos EUA com a região do Pacífico.

O presidente de Mianmar (antiga Birmânia), Thein Sein, considerado um reformista, já está em Bali para a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

O alto-funcionário birmanês disse que as autoridades estão se preparando para libertar "muito em breve", uma segunda leva de presos políticos. A nova anistia reforçaria a imagem internacional de Thein Sein e fortaleceria sua reivindicação de que Mianmar assuma em 2014 a presidência rotativa da Asean, com dois anos de antecedência - no que é visto como uma tentativa de legitimar o novo sistema político.

A Liga Nacional pela Democracia, comandada pela ativista Aung San Suu Kyi, ganhadora do Nobel da Paz, deve decidir na sexta-feira se volta a se registrar como partido político para disputar eleições suplementares iminentes.

O grupo apoiou a presidência birmanesa da Asean, a ser confirmada na quinta-feira, e disse que isso estimulará a mudança política no país.

"A decisão deles equivale a encorajar o atual governo de Mianmar a intensificar o impulso para reformas", disse à Reuters Nyan Win, dirigente da Liga. "Acho que as atividades políticas em Mianmar vão se tornar mais vibrantes após o país assumir a presidência, e Mianmar irá se tornar um membro qualificado da Asean."

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