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Obama e o rei Abdullah, durante encontro na Arábia Saudita: líderes discutiram Irã e questão palestina | Larry Downing/Reuters
Obama e o rei Abdullah, durante encontro na Arábia Saudita: líderes discutiram Irã e questão palestina| Foto: Larry Downing/Reuters

Bin Laden critica norte-americano

Em gravação de áudio divulgada ontem, Osama bin Laden, líder máximo da rede terrorista Al Qaeda e "inimigo número um’’ dos Estados Unidos, acusou o presidente Barack Obama de seguir os passos do antecessor, o ex-presidente George W. Bush (2001-2009), e incentivar o ódio dos muçulmanos em relação àquele país. "Que o povo americano se prepare para fazer frente ao que os dirigentes da Casa Branca semeiam’’, disse Bin Laden em uma gravação de áudio divulgada pela tevê Al Jazeera.

Bin Laden acusou Obama de espalhar "novas sementes de ódio e de vingança’’. "O número de sementes equivale ao número de deslocados no vale de Swat e no norte e sul do Waziristão’’, acrescentou o terrorista em referências às operações militares lideradas pelos EUA contra o grupo islâmico radical Taleban naquelas duas localidades paquistanesas.

Riad e Cairo - Quando discursar hoje ao mundo muçulmano no Cairo, Egito, o presidente dos EUA, Barack Obama, planeja dizer a árabes e israelenses que parem de afirmar uma coisa em público e outra em conversas reservadas.

Numa entrevista concedida ao jornal The New York Times publicada ontem, Obama sugeriu que as partes do conflito permanecem numa constante "dança do Kabuki" (do teatro popular japonês), a qual ele espera romper ao lhes conceder um "espelho" e oferecer ajuda norte-americana enquanto os dois lados negociam a paz.

Um trecho essencial de sua mensagem, afirmou Obama, será: "Parem de afirmar uma coisa a portas fechadas e outra coisa publicamente".

Muitos israelenses reconhecem a necessidade de fazer escolhas difíceis sobre os assentamentos judaicos, muitos palestinos reconhecem a necessidade de frear o incitamento contra Israel e de serem mais construtivos, e muitos Estados árabes consideram a ameaça do Irã (caso o país se transforme em potência nuclear) maior do que qualquer ameaça vinda de Israel – mas ninguém diz isso publicamente, afirmou ele.

No poder há quatro meses, Obama embarcou para o Oriente Médio na terça-feira com a esperança de retomar os laços com o mundo islâmico em um discurso que, segundo assessores, abordará questões difíceis, como o impasse no processo de paz entre árabes e israelenses promovido pelos EUA.

Obama apresentou seus planos numa entrevista de 20 minutos por telefone com o colunista do Times Thomas Friedman.

"Temos uma piada na Casa Branca", disse o presidente. "Vamos continuar falando a verdade até que isso pare de funcionar – e em nenhum lugar falar a verdade é mais importante do que no Oriente Médio".

Sauditas

Ontem, em Riad, na Arábia Saudita, o americano teve um encontro com o rei Abdullah, seguido de uma recepção e conversas bilaterais entre eles. Na agenda estavam presentes o conflito entre israelenses e palestinos e as relações com o Irã.

Os EUA esperam que os sauditas se envolvam nas negociações de paz entre Israel e os palestinos. Os sauditas, por sua vez, mostram-se temerosos com a atitude de Washington frente a Teerã e temem que os iranianos desenvolvam armas nucleares.

"Eu achava muito importante vir ao lugar onde o Islã começou e buscar o conselho de sua majestade e discutir com ele muitos dos temas que nós enfrentamos aqui no Oriente Médio", afirmou Obama, logo antes da reunião.

Segundo ele, caso os países trabalhem juntos, EUA e Arábia Saudita podem fazer progressos em uma série de assuntos de interesse mútuo.

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