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Foto de 2010 mostra miliar dos EUA em guarita de Guantánamo | Paul J. Richards/AFP
Foto de 2010 mostra miliar dos EUA em guarita de Guantánamo| Foto: Paul J. Richards/AFP

Após a Casa Branca anunciar que avalia autorizar novas transferências de detidos da prisão de Guantánamo, Donald Trump contra-atacou e sugeriu que a liberação deverá ser freada. O impasse aumenta o atrito entre Barack Obama e o presidente eleito, que assumirá o comando do país no dia 20 de janeiro.

O fechamento total de Guantánamo, em Cuba, era uma das promessas de Obama. Nesta terça-feira (3), a Casa Branca reafirmou que estuda transferir 23 dos 59 detentos que ainda restam na prisão para um terceiro país.

“Espero outras transferências”, declarou o porta-voz Josh Earnest, destacando que os comentários de Trump não terão qualquer impacto sobre a decisão do presidente Barack Obama.

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O republicano escreveu em seu Twitter que os 59 detentos que ainda restam na prisão são pessoas muito perigosas, que não deveriam ser retirados de lá.

“Não deveria haver mais liberações de Guantánamo”, escreveu Trump. “São pessoas extremamente perigosas e não se deveria permitir que eles regressem ao campo de batalha”.

No ano passado, Trump já havia manifestado sua opinião sobre o assunto. Ele disse que não só era contra o fechamento de Guantánamo como pretendia colocar mais presos no espaço.

Transferências

Centenas de presos foram retirados de Guantánamo e, em muitos casos, transferidos para outras prisões durante o governo de Obama, que corre contra o tempo para encontrar países que acolham os detidos “libertáveis” antes da conclusão do atual mandato.

Obama não cumpriu a promessa de fechar definitivamente a prisão de Guantánamo, mas está decidido a deixar o menor número de presos possível. O The New York Times diz que fontes do governo americano haviam expressado a intenção de solicitar a transferência dos presos para os países que haviam aceitado acolhê-los: Itália, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes. No entanto, não se sabe ainda se a Casa Branca efetivamente deu início aos trâmites necessários para garantir a saída dos presos a tempo do fim do mandato de Obama.

Guantánamo mantinha 250 prisioneiros quando Obama chegou à presidência em 2008. Oito anos mais tarde, o número de detidos é de 59. Durante seus dois mandatos, desmobilizou grande parte da cadeia - marcada por abrigar acusados de terrorismo, muitos sem indiciamento, e sob críticas por suposta tortura -, mas não conseguiu fechá-la.Obama esperava fechar a prisão durante o seu primeiro ano de mandato.

Em fevereiro, o democrata lançou um plano destinado a fechá-la, mas foi contestado por muitos legisladores republicanos e alguns de seus colegas de partido.

Os EUA abriram o centro de detenção de Guantánamo em 2002, um ano após os ataques de 11 de Setembro por militantes islâmicos em Nova York e Washington, para deter suspeitos de terrorismo estrangeiros. A maioria foi detida sem acusação ou julgamento durante mais de uma década, o que levou à condenação por parte da comunidade internacional.

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