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Obama mantém ameaça de ataque militar e envia Kerry à Rússia | Gary Cameron/Reuters
Obama mantém ameaça de ataque militar e envia Kerry à Rússia| Foto: Gary Cameron/Reuters

Admissão

Síria admite pela 1.ª vez ter armas químicas e promete parar fabricação

No meio de toda a ação diplomática, a Síria admitiu pela primeira vez em público que possui um arsenal de armas químicas e comprometeu-se a assinar uma convenção internacional que regula esse tipo de armamento. A admissão foi feita pelo ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem. Segundo ele, Damasco vai parar de produzir essas armas. O chanceler enfatizou que a Síria cooperará plenamente com a proposta para submeter o arsenal do país a controle internacional feita ontem pela Rússia e que cederá suas instalações de armas químicas.

189 governos apoiam a resolução que proíbe o uso de armas químicas no mundo. O número foi citado por Obama ontem e representa 98% do planeta. A Síria, segundo o presidente, violou essas leis e violou também "nossa noção de humanidade".

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Pontual, Barack Obama fez ontem, às 22 horas, um pronunciamento marcado pelo esforço de responder perguntas em torno da ameaça de um ataque dos Estados Unidos contra o regime de Bashar Assad.

Como era esperado, o presidente americano decidiu dar uma última chance à diplomacia e pediu para o Congresso americano adiar a votação que apoiaria ou não (previsões mostram que não) o ataque dos EUA contra o regime sírio.

"É muito cedo para dizer se a proposta dará certo", disse Obama, se referindo à ideia lançada na terça-feira pelo secretário de Estado John Kerry e abraçada pela Rússia, de que Assad entregue as armas químicas que possui para evitar a ofensiva americana. "Mas essa iniciativa [diplomática] pode acabar com a ameaça de armas químicas sem o uso de força, particularmente porque a Rússia é um dos aliados mais fortes de Assad."

Wolf Blitzer, âncora da CNN, definiu o discurso de ontem como o "momento mais importante de todo o governo Obama". A decisão de atacar a Síria, ainda que numa ação limitada, é bastante impopular nos EUA, com pelo menos dois terços do país se dizendo contra a iniciativa.

Embora tenha optado por insistir numa saída diplomática, Obama disse que a disposição que a Síria mostra agora de assinar a Convenção para a Proibição de Armas Químicas só surgiu porque os EUA estão colocando Assad contra a parede. E Obama quer seguir fazendo pressão. "Ordenei aos militares que estejam prontos para agir caso a diplomacia falhe", disse.

O presidente deixou várias questões sem resposta – não está claro, por exemplo, qual será a participação da Organização das Nações Unidas no processo de entrega das armas químicas –, mas ele está enviando o secretário de Estado John Kerry para encontrar o chanceler russo Serguei Lavrov amanhã. Os dois vão discutir detalhes da proposta em torno das armas químicas sírias.

Grupo bipartidário do Senado americano tenta elaborar nova resolução

Em Washington, um grupo bipartidário formado por senadores influentes nos EUA está elaborando uma nova resolução que adiaria um ataque militar contra a Síria para dar à ONU tempo hábil para buscar uma alternativa diplomática. No entanto, a nova resolução autorizaria o uso da força se os esforços diplomáticos fracassarem, segundo uma fonte próxima às discussões. O novo esforço do Senado dos EUA surge no dia em que o secretário de Estado, John Kerry, e o secretário de Defesa, Chuck Hagel, voltaram a depor no Congresso para defender uma ação militar contra a Síria e horas antes de um pronunciamento de Obama sobre o assunto. O grupo bipartidário inclui o republicano John McCain e o democrata Charles Schumer.

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