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Obama "terá várias opções em frente" sobre o Afeganistão, conforme disse seu porta-voz Robert Gibbs. Presidente deve aprovar inicialmente apenas parte do pedido dos militares de 30 mil soldados neste ano | Jonathan Ernst / Reuters
Obama "terá várias opções em frente" sobre o Afeganistão, conforme disse seu porta-voz Robert Gibbs. Presidente deve aprovar inicialmente apenas parte do pedido dos militares de 30 mil soldados neste ano| Foto: Jonathan Ernst / Reuters

O porta-voz do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (16) que ele tomará uma decisão "em dias, não em semanas" sobre quantas tropas adicionais serão enviadas ao Afeganistão e quando os soldados partirão.

O secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, deu as declarações durante uma conversa com repórteres a bordo ao Air Force One, o avião presidencial, que transportava o mandatário americano e sua família de volta a Washington, após o final de semana em Chicago.

Entre os itens no topo da agenda de Obama nesta semana estão a assinatura do pacote de estímulo econômico de US$ 787 bilhões, aprovado pelo Congresso na noite da sexta-feira passada.

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse durante uma coletiva de imprensa no Pentágono na semana passada que Obama "terá várias opções em frente" sobre o Afeganistão. Gates sugeriu, como outros funcionários, que o comandante das forças americanas no Afeganistão terá todas as forças que pediu, mas nada além disso.

O general David McKiernan quer mais unidades de combate e de apoio, como helicópteros, para lutar contra a crescente insurreição do Taleban nas regiões sul e leste do Afeganistão.

Obama adotou uma abordagem cautelosa sobre o aumento do número de tropas no Afeganistão. Espera-se que ele aprove inicialmente apenas parte do pedido dos militares de 30 mil soldados neste ano, enquanto conselheiros civis e militares atualizam os objetivos dos EUA na guerra.

Obama não ficará muito tempo em Washington nesta semana. Ele irá a Denver (Colorado), ao Arizona e depois ao Canadá.

Ele planeja assinar a legislação do pacote nesta terça-feira em Denver - um sinal de que tem a intenção de mandar sua mensagem econômica ao povo americano.

"Ele está determinado a manter o contato direto com o povo americano, que colocou ele no cargo para fazer esse trabalho", disse o conselheiro mais graduado de Obama, David Axelrod, à Fox News, no domingo.

A aprovação do pacote - sem precedentes no tamanho do custo ao Tesouro dos EUA - foi uma vitória para o presidente, que luta para tirar os EUA da pior recessão desde a grande Depressão da década de 1930.

Nesta segunda-feira, o ex-presidente americano Bill Clinton fez comentários sobre a aprovação rápida do pacote no Congresso. Clinton disse à emissora NBC que Obama e sua equipe econômica se saíram bem, "dado o fato de que eles tiveram que fazer tudo com pressa".

Visita ao Canadá

Obama fará na quinta-feira sua primeira visita ao Canadá desde que assumiu o posto, com as questões econômicas provavelmente assumindo o topo da agenda.

A visita deverá durar seis horas, durante as quais participará de encontros, um almoço de trabalhos e uma entrevista com a imprensa junto ao primeiro-ministro canadense, Stephen Harper. Obama também se reunirá com Michael Ignatieff, o novo líder do principal grupo de oposição, o Partido Liberal.

Os dois países atualmente são os maiores parceiros comerciais do mundo, com comércio bilateral estimado em mais de US$ 404 bilhões em 2007, segundo dados da embaixada dos Estados Unidos em Ottawa. Harper, conservador que garantiu um segundo mandato em outubro, está ideologicamente mais próximo do ex-presidente dos EUA, George W. Bush, do que de Obama, um democrata.

Mas desde a eleição do novo presidente, Harper, um dos primeiros líderes estrangeiros com o qual Obama entrou em contato logo após a posse, insistiu que a relação dos dois países está acima das filiações políticas.

Com a recessão enfraquecendo a economia em ambos lados da fronteira, Harper tem dito esperar que o tema domine as conversas entre ambos, com foco especial no setor de automóveis.

A sobrevivência das "Três Grandes" montadoras sediadas em Detroit, Michigan, preocupa o Canadá, porque as companhias também operam grandes fábricas em Ontário, o coração da indústria automobilística do Canadá.

A General Motors e a Chrysler em Ontário deverão apresentar até sexta-feira planos para reduzir seus custos aos mesmos níveis das empresas nos Estados Unidos, para que possam garantir US$ 3,2 bilhões em ajuda do governo canadense.

Harper tem dito estar preocupado com a controversa cláusula "Buy American" do pacote de US$ 787 bilhões de estímulo econômico norte-americano, aprovado pelo Congresso dos EUA na sexta-feira. O primeiro-ministro destacou que Obama tem dito não querer que estes pacotes de estímulo produzam medidas protecionistas nos Estados Unidos ou em outras partes do globo.

A guerra no Afeganistão é também uma questão sensível para o Canadá, já que Harper comprometeu-se a manter o contingente de 2,7 mil soldados apenas até o final de 2011, mesmo que Obama peça extensão deste limite. Cerca de 65% dos canadenses partilham desta posição do governo, segundo uma pesquisa conduzida pelo Angus Reid. As informações são da Associated Press e Dow Jones.

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