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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou na quinta-feira a sua nova equipe de segurança nacional, que terá como principais desafios a guerra do Afeganistão, a onda de turbulências no Oriente Médio e as batalhas pelo orçamento de defesa em Washington.

Num momento crucial do seu mandato, Obama escolheu veteranos da área. Indicou o diretor da CIA, Leon Panetta, para o cargo de secretário de Defesa, e o general David Petraeus, comandante da guerra no Afeganistão, para dirigir a agência de espionagem.

A reforma pode ter profundas implicações nos planos do governo para iniciar a retirada das tropas do Afeganistão a partir de julho, e para reduzir as verbas do Pentágono. A nova equipe deverá também moldar o envolvimento militar dos EUA na Líbia e a chamada "doutrina Obama" -- a reação de Washington, ainda em formação, às revoltas que varrem o mundo árabe.

"Senti que era absolutamente crítico ter esta equipe montada para que possamos permanecer focados na nossa missão, manter nosso impulso e preservar a segurança da nossa nação", disse Obama na Casa Branca, tendo Panetta e Petraeus ao seu lado.

Obama pediu que o Senado aprove rapidamente as indicações. Os elogios de parlamentares democratas e republicanos aos novos nomes sugerem que isso deve acontecer tranquilamente.

As mudanças foram desencadeadas pelo pedido de demissão do secretário de Defesa, Robert Gates, um remanescente do governo Bush que havia conquistado a confiança de Obama. Gates havia dito desde o início que não pretendia permanecer no Pentágono durante todo o mandato de Obama.

O realinhamento gera questionamentos sobre a influência que a secretária de Estado Hillary Clinton e o vice-presidente Joe Biden terão dentro do aparato de segurança nacional.

Panetta, figura-chave do Partido Democrata e ex-chefe de orçamento da Casa Branca, deve supervisionar o gradual declínio dos gastos do Pentágono, como parte dos esforços do governo para reduzir o déficit público.

Petraeus é um dos principais comandantes militares dos EUA, e sabe conciliar habilidade política com capacidade militar. Sua transferência gera dúvidas sobre o futuro da impopular guerra do Afeganistão, iniciada há quase uma década.

Analistas cogitam que a saída dele reduzirá o impulso dos EUA no conflito e atrapalhará as iniciativas de Washington para melhorar as relações com o Paquistão.

Buscando sinalizar uma continuidade, Obama também indicou o diplomata Ryan Crocker, especialista em resolução de conflitos, e com passagens por Iraque, Paquistão, Síria, Kuweit e Líbano, para chefiar a embaixada em Cabul. O general John Allen, subchefe do Comando Central dos EUA, foi nomeado para suceder Petraeus à frente do esforço bélico no Afeganistão.

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