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Obama e Romney partem para confronto no segundo debate

O presidente se mostrou muito mais combativo diante de Romney em relação ao primeiro debate

Barack Obama (à direita) responde a pergunta da plateia, enquanto é observado por seu adversário republicano Mitt Romney durante debate em Nova York | REUTERS/Rick Wilking
Barack Obama (à direita) responde a pergunta da plateia, enquanto é observado por seu adversário republicano Mitt Romney durante debate em Nova York (Foto: REUTERS/Rick Wilking)

O presidente americano, Barack Obama, e o adversário republicano, Mitt Romney, partiram para o confronto na noite de terça-feira (16), durante um tenso e acalorado segundo debate transmitido ao vivo pela televisão americana visando às eleições de 6 de novembro. O presidente se mostrou muito mais combativo diante de Romney em relação ao primeiro debate, criticando e olhando diretamente para o adversário a cada comentário no auditório da universidade Hofstra, em Hempstead (estado de Nova York).

Os dois candidatos interromperam um ao outro várias vezes, acusando-se mutuamente de desonestidade, enquanto discutiam temas como criação de emprego e política energética, 11 dias depois de seu primeiro debate, no qual o desempenho de Obama foi amplamente criticado.

Logo no início, Obama chamou o adversário republicano de ferramenta dos ricos e da indústria do petróleo: "O governador Romney diz que tem um plano de cinco pontos. Ele não tem um plano de cinco pontos. Ele tem um plano de um ponto e este é assegurar que aqueles que estão no topo entrem no jogo com regras diferentes. Esta tem sido sua filosofia no setor privado, esta tem sido sua filosofia como governador e esta tem sido sua filosofia como candidato à Presidência".

Ao defender seu plano de energia, Obama olhou diretamente para Romney e declarou: "o projeto dele é deixar as companhias de petróleo escreverem a política energética" dos Estados Unidos.

Romney discutiu com a moderadora do debate, a jornalista Candy Crowley, ao insistir em ter a última palavra sobre política energética, enquanto criticava o presidente por ter colocado entraves na exploração petrolífera em terras públicas. "Não é verdade, governador Romney", retrucou Obama, interrompendo o concorrente.

Os dois candidatos voltaram a discutir quando o presidente acusou Romney de tentar cortar impostos exclusivamente dos ricos e o republicano insistiu que seu plano de cortes em 20% beneficiará, sobretudo, a classe média. "Eu não vou cortar impostos para os ricos", protestou o republicano. "Quero cortar impostos para a classe média", reagiu, furiosamente.

Romney acusou Obama de conduzir os Estados Unidos "no caminho da Grécia", em razão do crescimento da dúvida pública: "nós tivemos quatro anos consecutivos em que ele disse, enquanto disputava a Presidência, que reduziria o déficit à metade, ao contrário disso, ele o dobrou".

"Nós passamos de uma dívida nacional de US$10 trilhões para uma dívida nacional de US$16 trilhões. Se o presidente for reeleito, passaremos a uma dívida nacional de quase US$ 20 trilhões. Isto nos coloca no caminho da Grécia", atacou o republicano.

Em outro momento, Obama negou que o adversário vá ser duro com a China, após Romney repetir sua promessa de campanha de ser rigoroso com Pequim quando os chineses "trapacearem", afirmando que o republicano investe em empresas que constroem equipamentos de vigilância para o gigante asiático. "Governador, você é a última pessoa a ser duro com a China".

Mitt Romney revelou que deseja firmar mais acordos de livre comércio entre os Estados Unidos e a América Latina.

"Quero agregar mais acordos de livre comércio, porque assim teremos mais comércio", afirmou o republicano, em referência aos negócios com a América Latina.

Romney assinalou que o comércio entre Estados Unidos e América Latina tem crescido em 12% de maneira consistente nos últimos anos, uma cifra que aumentará com força com a assinatura de novos tratados de livre comércio.

O republicano acusou o adversário de não apresentar um projeto de reforma migratória, tal como havia prometido durante a campanha.

"Quando o presidente se apresentou como candidato, disse que traria em seu primeiro ano de mandato uma legislação para reformar nosso sistema migratório, proteger a imigração legal, deter a imigração ilegal. Ele não fez isto!" - afirmou Romney.

Obama reagiu dizendo que tentou promover a reforma migratória, mas se chocou com a oposição republicana no Congresso. Em outro momento tenso do debate, o presidente acusou o adversário de transformar em questão política o ataque ao consulado americano em Benghazi, Líbia, que matou 4 funcionários americanos, entre eles o embaixador Chris Stevens, em 11 de setembro.

"Não se pode transformar a segurança nacional em questão política", criticou o presidente, condenando o adversário republicano por acusações que chamou de "insultantes", depois de Romney afirmar que Obama saiu em viagem para arrecadação de fundos no dia do ataque mortal.

Romney voltou a criticar a política externa da atual administração no Oriente Médio, ao afirmar que esta "cai aos pedaços diante dos nossos olhos", em alusão à gestão da crise na Síria e na Líbia.

"A política do presidente em todo o Oriente Médio começou por uma rodada de desculpas e uma estratégia que consiste em conduzir sem chegar à primeira linha e esta estratégia cai aos pedaços diante dos nossos olhos", criticou o republicano.

O formato deste segundo debate foi diferente do primeiro, realizado em 3 de outubro em Denver (Colorado, oeste), pois coube a 82 eleitores indecisos que integraram a plateia fazer as perguntas e não a moderadora, Candy Crowley, jornalista da rede CNN.

O chefe de Estado democrata foi mal avaliado no primeiro confronto com o republicano e pesquisas de opinião sugerem que a corrida presidencial está extremamente acirrada, faltando apenas três semanas para o dia da votação. O terceiro e último debate presidencial será realizado às 21 horas locais (22 horas de Brasília) de 22 de outubro em Boca Raton, na Flórida.

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