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Para compreender melhor o novo cenário formado a partir do "levante republicano" nestas eleições dos Estados Unidos, a equipe de reportagem da Gazeta do Povo ouviu o coordenador do curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina, Moisés Marques.

Qual foi o fator que mais influenciou o "levante republicano" nestas eleições nos EUA?

A questão econômica, com certeza. A economia tem um efeito tremendo sobre o comportamento dos eleitores americanos. Se eu fosse resumir toda a situação eu diria o seguinte: o eleitor deu um voto de confiança em Barack Obama [2008], mas queria resultados na questão econômica – principalmente em relação ao desemprego e impostos – o que não aconteceu.

Foi o momento econômico, então, o grande culpado pela derrota dos democratas?

Isso aconteceu de fato, mas acho que no caso de Obama a perda foi grande demais. O excesso de expectativas em cima do governo de Obama gerou um excesso de desapontamentos.

A canalização natural nos Estados Unidos – que um sistema quase bipartidário – dá a estas eleições de meio de mandato um caráter plebiscitário. É uma espécie de julgamento do governo e portanto de uma possibilidade de correção de rumos. Isso aconteceu e há aí um recado direto para Obama: de que as coisas não vão bem. Nesse sentido, o recado do eleitorado, é bastante duro.

Com a maioria da Câmara dos Representantes tomada agora por republicanos, como fica a situação de Obama?

A gente precisa lembrar que nos EUA a Câmara dos Representantes tem um papel e uma importância muito maior que a Câmara dos Deputados tem no Brasil. Logo, essa transferência de poder na Câmara vai mudar sensivelmente a abordagem social do governo Obama. Com a conquista da maioria, os republicanos assumem a liderança da Câmara, portanto eles passam a direcionar o governo de alguma forma.

E como fica a questão da reforma da Saúde, proposta por Obama?

A vitória dos republicanos na Câmara – no Senado a situação para os democratas permanece um pouco mais tranquila – traz à tona a chance dessas reformas refluírem. No mínimo, a reforma não vai avançar mais do que já avançou. E para os objetivos iniciais do governo Obama isso é muito ruim.

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