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Presidente dos EUA, Barack Obama, e o premiê indiano, Manmohan Singh, durante coletiva de imprensa conjunta em Nova Délhi | Reuters
Presidente dos EUA, Barack Obama, e o premiê indiano, Manmohan Singh, durante coletiva de imprensa conjunta em Nova Délhi| Foto: Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sugeriu nesta segunda-feira que seu país pode dar apoio à reivindicação indiana por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, o que poderia representar uma pressão diplomática sobre a China, rival regional de Nova Délhi.

Num sinal do quebra-cabeças diplomático com que Obama se depara em sua primeira viagem oficial à Índia, o primeiro-ministro Manmohan Singh aparentemente rejeitou os apelos do presidente dos EUA para que Índia e Paquistão levem adiante o seu processo de paz.

Por um lado, Obama tenta intensificar os vínculos diplomáticos e comerciais com a Índia, mas toma o cuidado de não perturbar as relações com os vizinhos Paquistão e China.

A Índia pleiteia uma vaga no Conselho de Segurança, refletindo sua importância econômica e demográfica. Outros países, como o Brasil, também reivindicam sua inclusão como membro permanente do Conselho, propondo sua ampliação.

Em entrevista coletiva ao lado de Singh, Obama disse que os dois discutiram "a necessidade de que as instituições internacionais, inclusive a ONU, reflitam as realidades do século 21". "Tratarei da questão da vaga permanente para a Índia no meu discurso ao Parlamento hoje", acrescentou.

Nova Délhi é a primeira etapa de uma viagem de dez dias de Obama pela Ásia, que incluirá também Indonésia, Coreia do Sul (onde ele participa da cúpula do G20) e Japão.

O Conselho de Segurança da ONU tem cinco membros permanentes com poder de veto - Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos -, além de dez membros rotativos e sem direito a veto. A China se opõe à reivindicação indiana.

Para Gurmeet Karmal, diretor do Centro de Estudos da Guerra Terrestre, de Nova Délhi, a inclusão do país no Conselho "não acontecerá tão cedo". "O Conselho de Segurança da ONU não vai ser reorganizado nos próximos oito a dez anos. Não acho que a China irá se opor abertamente, mas irá encorajar alguns dos seus amigos a votar contra isso."

Na mesma entrevista coletiva, Singh afastou a perspectiva de uma reaproximação com o Paquistão. As relações entre os dois países, que possuem armas nucleares e já travaram três guerras desde 1947, ficaram especialmente abaladas desde que militantes islâmicos do Paquistão mataram 166 pessoas em Mumbai em 2008.

Obama no domingo propôs que os dois países deem pequenos passos para melhorar suas relações, mas Singh declarou que "não se pode simultaneamente conversar enquanto a máquina de terror estiver tão ativa quanto antes".

"Quando o Paquistão se distanciar da coação pelo terror, estaremos muito felizes de nos envolver produtivamente com o Paquistão para resolver todas as questões sobressalentes."

Os EUA têm o Paquistão como aliado na guerra contra o Taliban e a Al Qaeda no vizinho Afeganistão. Mas as autoridades indianas vêm acusando o governo paquistanês de estar enganando os EUA, por aceitar a ajuda ao mesmo tempo em que estaria colaborando com militantes no Afeganistão.

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