O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pedirá nesta quinta-feira ao eleitorado mais tempo para a recuperação econômica dos EUA, ao mesmo tempo em que irá argumentar que seu rival republicano Mitt Romney pode reavivar políticas que mergulharam o país na crise.
Obama usará um discurso de campanha no estratégico estado de Ohio para tentar marcar uma virada após vários reveses recentes, como as estatísticas ruins sobre a geração de empregos e uma declaração dele de que o setor privado estaria "indo bem", o que foi visto como sinal de alheamento à situação econômica.
A economia é o principal tema na campanha para a eleição de 6 de novembro, e uma pesquisa Reuters/Ipsos na terça-feira mostrou que as preocupações com esse tema fizeram a popularidade de Obama cair ao menor nível desde janeiro --está em 47 por cento-- e praticamente eliminaram sua vantagem sobre Romney.
"O (ex-)governador Romney e seus aliados no Congresso acreditam que se você simplesmente eliminar regulamentos e cortar trilhões de dólares em impostos o mercado irá resolver todos os nossos problemas por conta própria", disse um funcionário da campanha de Obama, antecipando o teor do discurso, que ele disse estar sendo preparado há semanas.
"O presidente acredita que a economia cresce não de cima para baixo, mas da classe média para cima, e ele tem um plano econômico para isso."
Na quarta-feira, Romney previu que o discurso de Obama em Cleveland terá uma retórica inflamada e quase nada além. "Minha própria visão é de que ele vai falar de forma eloquente, mas que palavras são baratas", disse ele, acusando Obama de não ter ideias e experiência empresarial que façam a diferença na geração de empregos e promoção do crescimento.
"Ele não é responsável por nenhuma melhora que pudéssemos ver", disse Romney. "Ao invés disso, ele é responsável pelo fato de termos demorado tanto para ver esta recuperação, e a recuperação ser tão tépida."
No seu discurso na faculdade Cuyahoga Community College, Obama irá argumentar que é Romney que está carente de ideias.
A Casa Branca tem frequentemente dito que o ex-governador de Massachusetts vai retomar as políticas do ex-presidente republicano George W. Bush, inclusive a desregulamentação financeira e os cortes tributários que prejudicam o orçamento e criaram o cenário para a atual crise.
Nos últimos meses, Obama tem anunciado uma série de propostas para estimular o crescimento, como grandes obras públicas e ajuda aos Estados para a contratação de professores e policiais.
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